Após 18 anos, ex-prefeito Antério Mânica é condenado a 64 anos de prisão por ser mandante da Chacina de Unaí
Em nota, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Bob Machado, disse que, passados 18 anos das mortes, a sentença significa a certeza do fim da impunidade.
O Tribunal do Júri Federal condenou nesta sexta-feira (27/5) o ex-prefeito de Unaí Antério Mânica no caso do assassinato de fiscais do Ministério do Trabalho, em 2004, em Minas Gerais. Com a decisão dos jurados, foi estabelecida pelo juízo a pena de 64 anos de prisão ao produtor rural. Mânica poderá recorrer em liberdade da sentença.
O novo julgamento foi realizado nesta semana em Belo Horizonte após o Tribunal Regional Federal (TRF-1), sediado em Brasília, ter anulado, em 2018, a primeira sentença do caso, na qual o fazendeiro foi condenado a 100 anos de prisão, sob a acusação de ter sido o mandante do crime, que ficou configurado como homicídio contra três fiscais e um motorista, por motivo torpe e sem possibilidade de defesa das vítimas.
Em nota, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Bob Machado, disse que, passados 18 anos das mortes, a sentença significa a certeza do fim da impunidade.
“A condenação de Antério Mânica traz alívio para todos. É o resultado de muito trabalho e luta para que o crime não caia no esquecimento e que a justiça seja feita.”, afirmou.
Chacina
No dia 28 de janeiro de 2004, três auditores fiscais do trabalho – Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva – e o motorista do Ministério do Trabalho Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados durante uma fiscalização rural no município de Unaí. Os auditores apuravam uma denúncia relacionada à prática de trabalho análogo a escravidão. Desde então, a data marca o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho. (Com informações da Agência Brasil)