Dia Mundial Sem Tabaco: frequência de adultos fumantes é de 10% em Goiânia
Saúde alerta para riscos à saúde do tabaco comum e cigarros eletrônicos
Hoje (31) é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco, mas os números de fumantes ainda são preocupantes. Em Goiânia, a frequência de adultos fumantes foi de 10,4%, sendo maior no sexo masculino (14,4%) do que no sexo feminino (6,8%), aponta pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Mais de oito milhões de pessoas morrem todos os anos por conta do tabaco.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), o uso de cigarros eletrônicos com nicotina aumenta o risco de uma série de danos à saúde, como: envenenamento, convulsões, dependência, traumas, queimaduras (causadas por explosões) e doenças respiratórias (incluindo a síndrome respiratória aguda grave — Evali).
Já o tabaco comum está relacionado como fator de risco para câncer de boca e pulmão, enfisemas pulmonares, doenças cardiovasculares, e amputações de membros causadas pela baixa oxigenação do sangue. O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Há uma variedade de itens derivados de tabaco que podem ser usados de diversas formas: fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral.
“Todos eles contêm nicotina, causam dependência e aumentam o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. No Brasil, a forma predominante do uso do tabaco é o fumado”, esclarece Magna Carvalho, gerente de Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da SES-GO.
Prazer
A pneumologista Tatiana Veloso explica que fumar traz uma sensação de prazer e isso faz com que as pessoas fumem com maior frequência. Além dos diversos tipos de cânceres que o cigarro causa, ele pode desencadear outras doenças cardiovasculares como, por exemplo, infartos ou derrames cerebrais. “Uma das mais conhecidas é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”, alerta.
Para as pessoas que possuem o vício, ela recomenda que procurem auxílio de um profissional, pois, além de hábitos comportamentais, existem tratamentos médicos que podem auxiliar no combate ao vício. Segundo ela, o principal passo é entender qual é o “gatilho” para o uso do cigarro e mudar aquele comportamento. “Se o gatilho é ir ao barzinho conversar com os amigos, pode-se mudar esse hábito por uma atividade física”, revela.
Descarte
O consumo de produtos derivados do tabaco não prejudica apenas a saúde das pessoas como também causa enorme dano ao meio ambiente, alerta a Secretaria de Saúde. “O tabaco, do cultivo até o descarte, afeta o ar, o solo e a água. As ações de cultivo provocam desmatamentos, e o descarte inadequado das guimbas ou bitucas de cigarro costumam causar incêndios”, informa.
Outro fator relevante e ainda pouco estudado refere-se ao impacto gerado pelo descarte dos dispositivos eletrônicos que, por conter bactérias, substâncias químicas, embalagens metálicas e outras, requerem um descarte especial, já que não são biodegradáveis.
Os cartuchos de cigarro eletrônico — como cápsulas de nicotina e/ou essências — em sua maioria são produtos de uso único que contêm resíduos plásticos, eletrônicos e químicos. “Muitos deles se tornam lixo. Os resíduos de cigarros e cigarros eletrônicos podem poluir o solo, as praias e os cursos de água, sendo prejudiciais inclusive à vida selvagem”, explica Selma Tavares, coordenadora estadual do Programa de Controle do Tabagismo da SES-GO.
Atualmente, o Estado conta com 143 municípios com o programa antitabagismo implantado. O serviço é oferecido em 254 unidades de saúde do território goiano. A SES destaca que, mesmo com a pandemia da Covid-19, foi possível realizar em 2020 a qualificação de 138 profissionais de saúde para abordagem do fumante. Em 2021 foram qualificados 138 profissionais de 44 municípios de Goiás.