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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Morrer enquanto se vive

Com prêmios que vão da direção aos atores, filme ‘Enquanto Vivo’ estreia dia 9 de junho nos cinemas nacionais

Com Catherine Deneuve e Benoît Magimel, filme de Emmanuelle Bercot estreia após passar pelos festivais de Cannes e Varilux em 2021

Postado em 3 de junho de 2022 por Lanna Oliveira

Com prêmios que vão da direção aos atores, o filme ‘Enquanto Vivo’ já tem data de estreia nos cinemas nacionais, 9 de junho. Integrante da seleção oficial do Festival de Cannes e exibido no Festival Varilux de Cinema Francês em 2021, o longa acompanha a difícil jornada de um dedicado professor de teatro condenado à morte cedo demais por causa de uma doença incurável. Ele apresenta personagens que encaram a vida e a morte de formas diferentes, gerando questionamentos existenciais.

Um drama ao mesmo tempo sombrio e luminoso, ‘Enquanto Vivo’ é um filme sobre compreender o que significa morrer enquanto se vive. “Há muito tempo eu queria fazer um melodrama, escrever novamente para Catherine Deneuve e Benoît Magimel, e tive essa ideia de uma mãe que perde seu filho. Eu queria trabalhar com o tema do câncer, essa doença que pode condenar e é inegavelmente uma experiência bastante universal. Eu queria que este filme, que é sobre a morte, fosse um hino à vida”, aponta a diretora Emmanuelle Bercot.

Emmanuelle Bercot, vencedora de vários prêmios, direcionou o longa-metragem de maneira que ele apresentasse o comportamento de alguns personagens diante de uma situação irremediável: o diagnóstico de um câncer terminal de Benjamin Boltanski, interpretado pelo ator Benoît Magimel. Ao longo das quatro estações de um ano, figuras importantes como a sua mãe Crystal (Catherine Deneuve), o Dr. Eddé (Gabriel A. Sara, que é um oncologista na vida real) e a enfermeira Eugénie (Cécile de France) dão o tom da história de Benjamin.

O roteiro foi o que chamou a atenção do protagonista: “Ele te coloca frente a frente com questões existenciais muito fortes, que são a relação com a morte e o que você fez na sua vida, o que você conquistou. Podemos nos dar conta de que não aproveitamos o suficiente as coisas que tínhamos à nossa frente e não percebemos. Depois de ler o roteiro, surgiu essa urgência em mim, sobre o que é importante. Te faz pensar em querer mudar a maneira como você vive; em experimentar as coisas da vida de forma diferente”.

Gabriel A. Sara, oncologista na vida real, trouxe para o projeto a sensibilidade que experimenta no dia a dia do seu consultório. “O paciente que tem uma doença grave sente-se destruído por esse diagnóstico; e quando você dá a ele ferramentas que podem fazê-lo sentir que ele é um ser humano novamente, com sua dignidade, que ele ainda é uma pessoa que pode fazer coisas na vida, isso o transforma. Quando falo assim com meus pacientes, eles sempre saem do meu consultório felizes, confortáveis e tranquilos, mesmo que eu diga que vão morrer. Sim, mesmo quando eu digo isso a eles”, conta.

Toda a atmosfera que essa produção cinematográfica traz poderá ser conferida a partir do dia 9 de junho nos cinemas brasileiros. O cinema é uma das artes que mais exerce o papel de instigar, discutir e mergulhar em situações que a vida real impõe e assim, causar uma reflexão no público. Talvez o filme ‘Enquanto Vivo’ seja uma oportunidade de revisitar sentimentos adormecidos. No longa eles lidam com a impactante doença e seus marcantes efeitos colaterais enquanto se preparam para o inevitável, mas na aqui, pode-se aproveitar enquanto há vida.

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