Brasil registra terceiro caso de varíola dos macacos, o primeiro fora de São Paulo
Novo diagnóstico é de um homem, de 51 anos, de Porto Alegre.
O Brasil tem mais um caso de varíola dos macacos diagnosticada. Na noite do último domingo (12), o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul notificou uma ocorrência de “caso importado” da doença.
O diagnóstico foi confirmado laboratorialmente, no domingo, pelo Instituto Adolf Lutz de São Paulo. Trata-se de um paciente residente em Porto Alegre, do sexo masculino, 51 anos, que viajou para Portugal, com retorno ao Brasil no dia 10 deste mês.
“O paciente está em isolamento domiciliar, junto com os seus contatos, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado pelas secretarias de Saúde do estado e do município”, diz nota divulgada pelo Ministério da Saúde.
O ministério acrescenta que “todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de monkeypox [varíola dos macacos, em inglês], com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
Casos no país
De acordo com o ministério, no momento, o Brasil registra três casos confirmados, sendo dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Estão em investigação seis casos suspeitos. Todos seguem isolados e em monitoramento.
O primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil foi confirmado na última quarta-feira (8) na cidade de São Paulo. O paciente é um homem de 41 anos que viajou à Espanha, e está em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital. A Secretaria de Saúde Municipal afirmou em nota que “no momento, o Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) estadual e a prefeitura de São Paulo investigam um paciente para descartar qualquer hipótese da doença”.
Sintomas e transmissão
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.
A diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) de Preparação Global para Riscos Infecciosos, Sylvie Briand, afirmou que é prioridade conter a varíola dos macacos em países não endêmicos, o que pode ser alcançado por meio de ações rápidas.
A doença pode ser transmitida por meio de gotículas respiratórias, fluídos corporais ou uso de material contaminado, como por exemplo, alicates e roupas de cama. De animais para pessoas, é mais comum através de arranhões, mordidas ou ingestão de carne selvagem. Casos registrados neste ano, deixaram um alerta na transmissão sexual, mas a situação ainda está sobre análise.
Casos pelo mundo
Até o fim de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia registrado mais de 300 casos confirmados ou suspeitos da varíola do macaco em 23 países onde o vírus não é endêmico. Não houve mortes relatadas.
A OMS disse que a varíola do macaco traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica. A organização ainda acrescentou que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola do macaco.