O rapper Emicida, em conjunto com o festival Afropunk Bahia, apresenta a cultura negra para o mundo
O rapper Emicida é o primeiro nome anunciado do festival Afropunk Bahia
O primeiro nome do line-up da edição 2022 do festival Afropunk Bahia. O rapper Emicida tem encontro marcado com os baianos nos dias 26 e 27 de novembro. O evento traz uma celebração ancestral conectada não apenas pela música, mas pela moda, pela beleza, pelo empreendedorismo e pela gastronomia. Ao todo, serão 26 horas de evento e mais de 30 atrações entre nomes nacionais e internacionais. Os ingressos já estão disponíveis pela plataforma Sympla.
Emicida, um dos nomes mais importantes da música brasileira, se apresentará no sábado, dia 26 de novembro e representa a cara do festival. Sempre engajado nas questões sociais pertinentes, o cantor traz, em conjunto com o Afropunk, para o momento presente toda e qualquer proposta colocada pelo afrofuturismo. Em plena expansão, a edição brasileira se une a Nova York, Atlanta, Miami, Oakland, Minneapolis, Joanesburgo, Paris e imprime a marca de sua cultura e vivência em cada detalhe.
Quem compareceu à edição de 2021 do Afropunk Bahia teve uma amostra de que mais do que um evento, este é um movimento, uma celebração que ganha contornos poderosos. Não à toa, ele é pensado para acontecer fora do eixo Rio-SP e tem Salvador como local pulsante de sua realização e identificação. Agora, no Parque de Exposições, esse aquilombamento será ainda mais marcante, um encontro em que cada pessoa presente se faz necessária e parte de uma mensagem e proposta maior.
Em 2021, o festival realizou uma edição reduzida, com presença de público reduzida e shows mais curtos de Mano Brown, Margereth Menezes, Luedji Luna e Tássia Reis recebendo convidados. Este ano, o festival vem com sua versão maior, com a programação dividida em dois palcos, Arena DJs e Paredão, e deve incluir atrações internacionais. Ano passado, a cantora Solange Knowles, irmã de Beyoncé, era um nome certo. Quem sabe não é confirmada nessa edição 2022? Não há ainda uma data definida para divulgação da programação.
Considerado um dos maiores festivais de cultura negra do mundo, o festival reúne música, ativismo, moda e representatividade, e costuma receber grande nomes de hip-hop, eletrônico, jazz, soul e hardcore punk. Surgido em 2005, o evento reúne grandes nomes da música, mas ele acaba atuando também como um transformador social, com muita arte, moda e comportamento. Para imprimir esta essência nada mais especial do que a união do festival com o rapper Emicida.
O artista Emicida
Ao lado de tantos outros gigantes, como Mano Brown, Black Alien, Criolo, Djonga, Negra Li e outros talentos que temos, Emicida vem e mostra que realmente tem mil coisas para oferecer. Hoje, após 17 anos de carreira, ele ocupa um lugar de destaque, não só pelo seu talento musical e letras que são verdadeiras poesias, mas também pela sua representatividade e posicionamento político. Não é à toa que Emicida foi eleito o Homem do Ano na Música pela revista GQ Brasil, em dezembro de 2021.
Embora os últimos anos tenham sido mais desafiadores e difíceis que o normal, por conta do cenário de pandemia, para quem é fã do Emicida poder ouvir trabalhos como o álbum ‘AmarElo’ foi um verdadeiro presente e refúgio. Por isso, é importante relembrar o começo da trajetória do cantor até aqui, e como o rapper realmente conseguiu seu triunfo, se tornando um dos nomes mais importantes da música brasileira. O rapper, cantor, compositor, letrista e empresário Leandro Roque de Oliveira se apresentou ao mundo artístico nos anos 2000.
Desde então, entre as batalhas de rap que o consolidou no underground aos trabalhos que o catapultaram para o mainstreaming, Emicida buscou dar voz para uma luta que não começou e nem vai terminar nele, mas que ele é uma passagem importante. Sua primeira faixa lançada na internet foi ‘Contraditório Vagabundo’, que fala das contradições da sociedade brasileira e em que ele já mostrava seu talento para trazer referências. Foi só em 2009 que ele lançou a sua primeira mixtape: ‘Pra Quem Já Mordeu Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe’.
Ponto alto da sua trajetória é o álbum e documentário ‘AmarElo’, último trabalho inédito. No documentário ‘AmarElo – É Tudo Pra Ontem’ já disponível na Netflix, o Emicida usa os bastidores do show no Theatro Municipal de São Paulo para resgatar a história da cultura e dos movimentos negros no Brasil nos últimos cem anos. “O documentário joga luz numa parte da história do Brasil que foi invisibilizada e a que nem os próprios brasileiros tiveram acesso”, afirma o rapper para o site Elastica.