Área seca total em Goiás subiu de 66% para 89% entre março e abril
Esta é a maior seca em Goiás desde novembro de 2021, quando 100% do estado vivenciou o fenômeno
Entre março e abril deste ano, a área seca total em Goiás subiu de 66% para 89%, chegando a 301,4 mil quilômetros quadrados. Das 21 unidades federativas monitoradas pelo Monitor de Secas, é a terceira região mais árida depois de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta é a maior seca em Goiás desde novembro de 2021, quando 100% do estado vivenciou o fenômeno. Os dados fazem parte de um monitoramento de seca elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento.
As áreas de seca extrema, severa e moderada em Goiás permaneceram estáveis entre março e abril, em 13%, 23% e 16% do território goiano, respectivamente. A seca fraca do Estado saltou de 14% para 36% no período devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses. A gravidade permaneceu estável desde fevereiro.
No Centro-Oeste, a última atualização do Monitor de Secas apontou que a seca no Mato Grosso do Sul abrandou em abril. Em Goiás e Mato Grosso, a gravidade do fenômeno permaneceu estável. Por outro lado, o Distrito Federal registrou esse fenômeno pela primeira vez desde novembro de 2021, abrangendo 100% do território. As áreas com esse fenômeno aumentaram nos estados de Goiás e Mato Grosso, e se mantiveram estáveis no Mato Grosso do Sul (100% do estado).
Em termos de seca, de acordo com o relatório do Monitor de Secas, em março e abril, a seca em seis estados desacelerou no último mês: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul Grande, Santa Catarina e São Paulo. No Distrito Federal e no Espírito Santo, o fenômeno está novamente na menor intensidade: fraco. Apenas a Paraíba apresentou aumento da seca, enquanto 12 estados permaneceram estáveis: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins.
Área seca e temperaturas mais altas
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, ressalta que no Estado deve acontecer um longo período de estiagem este ano. Ele também apontou que a previsão é de calor mais intenso por causa do aumento da temperatura global.
Amorim, pontua que no mês de março tivemos uma diminuição considerável dos níveis dos reservatórios na região Centro-sul de Goiás, apontando uma estiagem. “A população deve estar atenta. Não é porque está chovendo que eu posso gastar muita água. Nos tempos que se tem um uso consciente, faça sol, faça chuva. O Rio Meio Ponte é uma bacia nervosa. Se colocar uma injeção de água, o nível dele sobe rapidamente. Mas depois de alguns dias sem chuva, o nível cai drasticamente”, explicou.
O gerente, explica que desde outubro do ano passado, a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) está adotando estratégias de preparação para as chuvas. Uma das ações foi reduzir a vazão de saída do reservatório João Leite durante o período de chuva, para armazenar mais água. “Tivemos muita chuva em Goiânia, mas não na cabeceira, onde fica os reservatórios. Enquanto as usinas hidroelétricas, as chuvas não estão caindo nas bacias de contribuição, onde são reservados a água da chuva, e com isso, diversos reservatórios estão com nível abaixo de 50% da capacidade do volume útil”, afirmou.
Amorim, ressalta que durante esse período de seca, a previsão é de calor mais intenso devido ao aumento da temperatura no globo terrestre. Segundo ele, a situação é ainda mais preocupante no Centro-sul do estado, onde se concentra os setores que mais colaboram para o Produto Interno Bruto (PIB) goiano.
“Temos que pensar em estratégias no futuro em como iremos passar com situações de excesso de água ou seca extrema. Nosso monitor de secas mostrou que neste mês, tivemos uma leve redução, mas ela está presente. Em março de 2021, em Jataí, deveria chover quase 300mm de chuva, mas choveu metade”, pontua.