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domingo, 22 de dezembro de 2024
Direito

Biden assina decreto que facilita acesso de mulheres americanas ao aborto

Presidente dos Estados Unidos atacou decisão da Suprema Corte que suspendeu direito ao procedimento.

Postado em 8 de julho de 2022 por admin

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou nesta sexta-feira (8) um decreto que prevê a criação de novas medidas para facilitar o acesso das mulheres ao aborto e protegê-las de punições. O pacote de ações inclui apoio para clínicas de atendimento às mulheres, ampliação do acesso a remédios e da proteção de dados pessoais de quem busca o procedimento.

Antes de assinar a ordem executiva, o presidente atacou à decisão da Suprema Corte. “Esta não foi uma decisão guiada pela Constituição. Foi um exercício de puro poder político”, disse em discurso. Ele apontou que várias leis defendem o direito das mulheres ao acesso à saúde e à privacidade, mas que isso não foi considerado pelos juízes.

Biden criticou, também, os estados. “Na semana passada, foi relatado que uma garota de dez anos, vítima de estupro, foi forçada a viajar para outro estado para encerrar a gravidez e, talvez, salvar sua vida. Alguém acredita que uma garota de dez anos deve ser forçada a ter um filho de um estuprador? Não consigo pensar em nada tão extremo quanto isso”, afirmou.

O discurso ocorreu duas semanas depois de a Suprema Corte derrubar o direito constitucional ao aborto, o que permite aos estados proibir ou cercear o acesso legal à prática. O país caminha para um cenário de divisão, em que o aborto deve ser proibido em cerca de metade dos estados e liberado na outra metade.

O decreto assinado nesta sexta determina uma série de ações a serem adotadas, mas a implantação ainda será definida pelas agências federais. A ordem determina que o Secretário de Saúde elabore, em até 30 dias, um relatório de como as propostas podem ser colocadas em prática e que seja criada uma força-tarefa envolvendo vários órgãos de governo.

Entre as ações, está a ampliação o acesso das mulheres à remédios abortivos, que possuem uso autorizado nos EUA, assim como de pílulas do dia seguinte e anticoncepcionais. Haverá também mais US$ 3 milhões em verbas para clínicas ginecológicas e de planejamento familiar, a serem usados em treinamentos e assistência técnica.

Outra medida que deve ser ampliada pelo governo são as campanhas de educação e comunicação para informar às mulheres sobre o direito a ter acesso a estes medicamentos e tratamentos.

O governo federal quer, ainda, estimular a atuação voluntária de advogados e entidades jurídicas que queiram defender o direito das mulheres de viajarem a outro estado para obterem um aborto, de forma a protegê-las contra processos que possam surgir nos estados. Alguns desses estados debatem leis para punir moradoras que viajem para abortar em outras regiões do país onde o procedimento ainda é permitido.

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