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domingo, 17 de novembro de 2024
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Inovação

Energia de Goiás é quase 100% de fontes renováveis

O Estado está em 5º colocado no ranking de maior capacidade instalada no país

Postado em 16 de julho de 2022 por Sabrina Vilela

A procura por energia solar em Goiás cresceu com as facilidades de mercado e financiamentos do setor público. Apesar do custo alto de aporte inicial, o tempo de retorno (payback) costuma variar entre 3 e 4 anos. Além da valorização dos imóveis, as placas solares também duram por muitos anos. O mercado de energia solar representa 8,1% da capacidade total instalada desde 2012 – ano da primeira regulamentação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Goiás é o quinto estado no ranking de capacidade de geração própria de energia, enquanto Goiânia fica em 8º no ranking municipal.

O Estado possui um histórico invejável na utilização de fontes de energia renováveis. Com um vasto poder hidroelétrico, quase 100% da energia usada em solo goiano vem de fontes renováveis. Apesar disso, ainda não é possível depender exclusivamente da chamada energia despachável – aquela que não depende de condições climáticas – como no caso das energias eólica e solar –.

O engenheiro eletricista Rômulo Couto explica que as fontes de energia mais ‘previsíveis’ garantem o fornecimento de energia elétrica quando as outras duas alternativas são menos eficientes. Com os reservatórios das hidrelétricas cheias, mesmo que não haja chuva por algumas semanas, garantem uma previsibilidade de fornecimento de energia e uma estabilidade em tal fornecimento, da mesma maneira que combustíveis fósseis como diesel ou gás natural armazenados, também garantem uma previsibilidade e estabilidade no fornecimento no caso das usinas térmicas conforme desta o diretor da Tetosolar Energia Fotovoltaica.

“O mundo todo hoje passa por uma crise energética e o Brasil e, mais especificamente o estado de Goiás, tem um potencial excelente para a geração de energia por fonte solar, potencial esse melhor que qualquer país europeu por exemplo. Portanto, precisamos fazer uso desse recurso como medida para combater os altos preços de energia (kWh) que temos enfrentados recentemente e que, a curto e médio prazo, não temos um horizonte com indicativo de que vá haver melhora” , declara Couto.

Em comparação com outros países e outros estados brasileiros, Goiás possui excelentes recursos hídricos e solares a ponto de reduzir a utilização de usinas a partir de combustíveis fósseis ao mínimo possível até praticamente zero, garantindo assim a preservação e manutenção da qualidade do meio ambiente. 

A empresa Enel que é responsável pela concessão pela geração e distribuição da energia no estado adequou-se rapidamente ao processo de tramitação de processos de instalação de energia solar em plataforma 100% digital, facilitando e agilizando assim todas as tratativas necessárias deste a apresentação inicial do projeto e documentações até a etapa de vistoria após terminada toda a instalação.

Consumidor pode emprestar energia gerada

O engenheiro elétrico aponta que mesmo diante de uma geração de energia através de painéis solares que seja maior que o consumo das residências cadastradas, o consumidor não terá o talão de energia zerado. Isso acontece, segundo Couto, porque as taxas de distribuição e manutenção não são isentas. Os sistemas on grid, conectados à rede das distribuidoras, são os mais acessíveis financeiramente para os consumidores residenciais. Assim, O Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) utiliza a rede de distribuição para injetar a energia gerada, mas não utilizada, de forma a obter créditos que podem ser abatidos da conta de luz. É esse o modelo da maioria dos sistemas de energia solar adotados no Brasil. 

Já os sistemas off grid, que são independentes e não estão conectados à rede, são mais caros pois dependem de baterias para armazenar a energia gerada, o que torna os custos proibitivos. Empresas, indústrias e fazendas de geração de energia solar são os principais mercados dos sistemas com baterias. 

Incentivos 

Rômulo Couto acentua que o Governo Federal por meio da Aneel isentou o  pagamento do custo pelo uso das linhas de transmissão e distribuição de energia desde quando começou a regulamentação de energia solar no Brasil. Então, mesmo após a instalação da energia solar em uma residência continua fazendo uso de toda essa infraestrutura.

“Em janeiro deste ano, através da nova lei 14.300 que criou o Marco Legal da geração distribuída no país, houve a definição de como esse incentivo vai deixar de ser oferecido ao longo dos próximos anos. Essa nova lei, apesar de apontar redução de subsídios, trouxe muita animação ao mercado pois deu a segurança jurídica para novos investidores que tinham a incerteza de como essa redução seria feita ao longo dos próximos anos, gradativa ou não e a partir de quando”.

Com mais clareza nas regras aumentam as certezas sobre os investimentos aplicados. A partir de 2023, as taxas serão cobradas de forma escalonada, o que pode ampliar o potencial de geração energética no país. 

Veja como ficará o escalonamento: 

I – 15% (quinze por cento) a partir de 2023;

II – 30% (trinta por cento) a partir de 2024;

III – 45% (quarenta e cinco por cento) a partir de 2025;

IV – 60% (sessenta por cento) a partir de 2026;

V – 75% (setenta e cinco por cento) a partir de 2027;

VI – 90% (noventa por cento) a partir de 2028;

VII – a regra disposta da Lei a partir de 2029.

Mercado ganha espaço com foco na sustentabilidade

Evelyn Ferreira Castelo Branco é assistente administrativa de uma empresa de placas solares e ela afirma que  o mercado tem ganhado cada vez mais espaço e que realmente os equipamentos são caros, mas a longo prazo compensa pelo valor economizado. Embora tenham agora muitas empresas com o mesmo segmento, eles recebem muita procura que só aumenta desde a inauguração da empresa em 2018 com foco na sustentabilidade. 

Segundo a funcionária, a maior procura está em indústrias e fazendas. Não tem como dar uma média de quanto se gasta com as placas porque o que determina o preço é o tamanho da residência, a quantidade de maquinário da indústria e a quantidade de energia consumida por pessoa. “Quanto maior o consumo de energia mais placas serão necessárias. Uma casa que não consome muito usa inversor de 1.2kw”. Ela conta que mesmo durante a pandemia a situação não ficou ruim, apenas no período que teve que fechar, mas a preocupação pela energia sustentável tem se tornado uma realidade. “As placas deram energia por meio do sol e se a pessoa não consumir tudo ela fica armazenada, por isso em época que faz menos sol não é motivo de preocupação”, elucida. 

Para quem tem interesse em colocar placas deve procurar uma empresa em placas de energia solar que irá auxiliar durante o processo de instalação que inclui: apresentar foto do poste, imagem do juntor, documentos pessoais para que o engenheiro faça a operação para a Enel na qual analisa, aprova e em seguida faz a vistoria para se certificar que está correto. Antes de tudo, caso a pessoa queira dividir as placas com outras unidades consumidoras é possível fazer isso enviando as informações das outras residências.

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