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sábado, 23 de novembro de 2024
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Mobilidade

Goiás conta com 20 pontos de carregamento para carros elétricos

As vendas de carros elétricos no Estado tiveram um aumento de 190%

Postado em 18 de julho de 2022 por Daniell Alves

Atualmente, o Estado possui cerca de 20 pontos de carregamento para os carros elétricos, segundo a plataforma PlugShare, que afere a quantidade de carregadores elétricos. São 16 em Goiânia, 2 em Abadiânia, 1 em Rio Verde e 1 em Inhumas. Nos últimos anos, Goiás registrou aumento no número de carros elétricos. Se por um lado eles são mais silenciosos e menos poluentes, por outro os veículos ainda têm custo alto. 

Existem três tipos de recargas e a média é cerca de 45 min carga rápida em um eletroposto, 3h30 Wallbox (uma tecnologia de carregamento que transmite energia elétrica com maior potência disponível que as tomadas domésticas, mas podem ser instaladas em casas) e 10 horas numa tomada convencional de 220V.

Segundo o coordenador técnico do Mova-se Fórum de Mobilidade, Miguel Angelo Pricinote, os pontos positivos para aquisição dos eletrificados são muitos, mas o grande empecilho ainda é o preço. O modelo mais básico no mercado brasileiro é R$ 142.990, o mesmo valor de uma SUV da Renault movida a combustível. 

“A tendência dos veículos elétricos, tanto carros como motos e bicicleta são crescentes não só em Goiás, mas em todo o Brasil e em grande parte do mundo, além da preocupação do consumidor com o meio ambiente, os custos de manutenção dos veículos elétricos”, completa Pricinote. 

Com relação ao preço do kWh, varia de estado para estado. Mas, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a média nacional é de R$ 0,56. Portanto, o preço do exemplo que demos na tomada de 100V-20 será de R$ 12,32. Para deixar ainda mais claro, a multiplicação é de 22 (kWh) x 0,56 (R$).

Se o mesmo acontecer em uma tomada de 220V-20A, por exemplo, teremos potência máxima de 4.400W. Após dez horas, teremos 44kWh, o que dará uma conta mais elevada, de R$24,64.

Vendas aumentaram 

Em comparação ao primeiro trimestre do último ano, as vendas de carros eletrificados em Goiás (elétricos e híbridos) tiveram um aumento. Foram emplacados 407 veículos eletrificados nos três primeiros três meses deste ano, contra 140 no mesmo período de 2021, um aumento de 190%, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos de Veículos Automotores (Fenabrave).

Conforme a federação, as vendas dos modelos eletrificados representaram 2,6% do total de emplacamentos no País no ano passado. Para efeitos de comparação, a Europa fechou 2021 com 19%, a China com 15% e os Estados Unidos com 4% do total.

Nos últimos quatro meses as vendas da Champion, concessionária Volvo em Goiânia, já são 50% de carros eletrificados.

Benefícios 

O aumento gira em torno dos benefícios, por outro lado o custo ainda é alto. De acordo com o Banco BV, que faz financiamentos de carros elétricos, o carro elétrico conta com defensores tanto na indústria automobilística quanto entre os próprios consumidores. 

“O principal argumento em favor do carro elétrico é o fato de esse modelo ser menos poluente. Na comparação com os modelos tradicionais, a geração de CO2 é reduzida em aproximadamente 33% durante a vida útil do veículo”, aponta. O BV aponta que isso ocorre por duas razões: a primeira é que a maior parte da produção de gás carbônico ocorre durante a fabricação do carro, limitando a área de abrangência da poluição. 

Além disso, explica que enquanto o veículo é utilizado, ele compensa a maior produção de CO2 durante a fabricação, já que o carro não produz fumaça, ao contrário dos automóveis comuns.

O veículo também é mais silencioso. “Quando se fala em poluição sonora, o carro elétrico também leva vantagem sobre o seu concorrente tradicional. Os motores movidos a gasolina e outros combustíveis fósseis são mais barulhentos, causando um impacto muito maior nas cidades”, informa.

Mais eficientes

“Dirigir em um engarrafamento é muito mais econômico em um carro elétrico. Isso porque o motor consome energia de forma mais eficiente nos momentos de aceleração e desaceleração. Um motor movido a combustíveis fósseis consome altas doses no “anda e para” frequente em situações de tráfego intenso”, afirma o BV.

Desse modo, a eficiência do carro elétrico chega a ser de 90%, no que diz respeito ao consumo de energia — enquanto isso, o carro comum tem eficiência de apenas 40%. Ou seja, no modelo elétrico, a energia necessária é menor para se fazer o mesmo esforço.

“A energia elétrica, em geral, é mais barata que os combustíveis fósseis. Dessa forma, o custo para abastecer um carro elétrico é potencialmente menor do que os valores dispendidos para manter um veículo tradicional rodando”, pontua. 

Projeto prevê isenção de IPVA para carros elétricos 

Uma matéria apresentada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) pelo deputado Henrique Arantes (MDB) propõe um acréscimo à Lei nº 011.651, que instituiu o Código Tributário do Estado, de forma a isentar os carros movidos a eletricidade, do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). 

De acordo com o parlamentar, a matéria visa incentivar o uso de automóveis movidos a energia elétrica, que são mais eficientes e têm menor consumo, quando comparados aos motores movidos a combustão. O legislador alega que o uso desses automóveis “confere uma maior preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, pois com o uso da energia elétrica como fonte propulsora, inexiste poluição ambiental, ao passo em que o motor a combustão polui o ar à vista das emissões de C02”.

Arantes reforça que a sociedade precisa encontrar soluções sustentáveis no trânsito e o incentivo ao uso de carros menos poluentes é uma delas. O deputado afirma que a aprovação de sua proposta vai colocar Goiás em paridade com outros estados que já adotaram a isenção do IPVA, como forma de estímulo ao uso desse tipo de veículo, a exemplo do Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. 

Ele acredita que toda a sociedade será beneficiada com a aprovação do projeto. “Haverá, assim, por parte do poder público, a adoção de uma política pública que contribuirá com o meio ambiente ecologicamente equilibrado, visando, sempre, a qualidade de vida da população.”

Emissões na produção 

Um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEA) destaca que as emissões na produção dos eletrificados são geralmente mais altas do que veículos com motor de combustão interna. Em outro estudo da AEA sugere que as emissões de CO2 na produção de eletrificados são 59% maiores do que o nível de produção dos veículos tradicionais. As maiores emissões são atribuídas em grande parte ao processo de fabricação das baterias, algo que a AEA sugere que poderia ser alterado para incorporar o aumento do uso de energias renováveis. 

“No entanto, uma vez que o eletrificado começa sua vida nas estradas, a maior parte de suas emissões já foi produzida. Já com motores de combustão, ainda haverá um longo período de produção de emissões”, explica Miguel Angelo.

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