Fãs vendem ingressos do Rock in Rio devido altos preços das passagens aéreas
A edição 2022 do Rock in Rio começa no dia 2 de setembro e marca o retorno do festival, que foi cancelado no ano passado em decorrência da pandemia da covid-19
A edição 2022 do Rock in Rio começa no dia 2 de setembro e marca o retorno do festival, que foi cancelado no ano passado em decorrência da pandemia da covid-19. Com ingressos esgotados, a expectativa é atrair cerca de 700 mil pessoas, incluindo público de outros estados do país, e até mesmo de fora do Brasil.
Mas nem tudo está ocorrendo como o esperado, e uma parte dos fãs está desistindo de viajar ao Rio de Janeiro devido aos altos custos de passagens aéreas e hospedagem, optando por colocar à venda nas redes sociais os ingressos comprados com meses de antecedência.
A assistente administrativa Leticia Bastos, de 21 anos, recorreu ao Twitter para vender o ingresso que tinha comprado para o dia 4 de setembro, data em que Justin Bieber se apresenta no festival. A viagem, que marcaria a primeira vez dela no festival, teve de ser cancelada.
“Desisti porque a passagem está em torno de R$ 3.000”, diz. “Conheço duas amigas que venderam (o ingresso) pelo mesmo motivo”, conta.
Nas redes sociais muitas pessoas assim como a Leticia também começaram a anunciar a venda dos ingressos devido não conseguir comprar a passagem de avião ou mesmo de ônibus, pois todos os itinerários parecem estar lotados e com valores acima do esperado.
Outro caso é do bancário Edmar Moreira, de 35 anos, que já esteve em outras edições do festival. Ele compareceu às quatro edições desde a retomada do Rock in Rio no Brasil em 2011. Desta vez, desistiu e não estará presente pelos altos preços das passagens aéreas e da hospedagem na cidade.
“Passagem estava em média R$ 1.500 e hospedagem para três dias estava na mesma faixa, sendo que em 2019, eu não gastei nem R$ 1.000 com passagem, hospedagem e gastos no local… Preços absurdos. Eu tinha comprado ingresso para o dia 11 porque queria ver a Dua Lipa”, comentou.
O que explica a alta dos preços?
As empresas áreas dizem que houve aumento de custos e muita procura de passageiros no pós-pandemia. Essa demanda ainda aumenta durante grandes eventos, como o Rock in Rio.
Joelson Sampaio, professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), explicou que dois componentes principais explicam o valor elevado das passagens hoje. Um deles é a própria alta nos combustíveis, que pressiona os custos. O outro componente é o interesse dos passageiros.
“O setor que sofreu muito com a pandemia, com restrições de mobilidade, entre outros aspectos. Agora as pessoas voltaram a viajar e estão utilizando mais esse meio de transporte”, diz Sampaio.
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