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sábado, 23 de novembro de 2024
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Pais e filhos

Dia dos pais: como a ciência explica o vínculo entre pai e filho?

Mesmo sem passar pelo processo de gestação como as mulheres, os homens também passam por mudanças em seus comportamentos devido a paternidade

Postado em 14 de agosto de 2022 por Ícaro Gonçalves

Neste 14 de agosto é comemorado o Dia dos Pais no Brasil. Muito se fala sobre as mudanças no corpo e na personalidade das mulheres no momento em que se tornam mães. Mas para os homens? Eles também se transformam com a paternidade?

Para o PhD em Neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, explica que mesmo sem passar pelo processo de gestação como as mulheres, os homens também passam por mudanças em seus comportamentos devido a paternidade.

“Diferente das mães, os pais não carregam os filhos por meses em suas barrigas, nem tem a oportunidade de amamenta-los. No entanto, quando existe a responsabilidade que deveria ser inerente a todos os homens, o novo pai aprende que tem uma nova posição no mundo: a de cuidar de um outro ser e amá-lo assim que o conhecer”. 

A partir do fim da gestação até os primeiros meses de vida da criança, uma substância chamada ocitocina será produzida e liberada em maior quantidade no organismo masculino.

Conforme o professor, o comportamento do pai, com o passar do tempo, passa a ser de maior zelo e cuidado em relação ao filho. Há também o aumento de dois neurotransmissores: a serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade, e a dopamina.

Pais ausentes

O professor também explicou que os aspectos socioculturais do “aborto paterno” também podem prejudicar essa relação, já que, o índice de crianças com pais ausentes ou que nem conhecem seus pais é altíssimo no Brasil. 

O percentual de pais ausentes no Brasil vem crescendo desde 2018. Os quatro primeiros meses de 2022 já conseguiram ultrapassar o índice de recusa à paternidade, se comparados ao mesmo período nos anos anteriores.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Arpen Brasil em seu Portal de Transparência, entre janeiro e abril de 2018, aproximadamente 5,3% dos registros de nascimentos foram feitos apenas com o nome da mãe. Em 2020 e 2021, este índice passou para a casa dos 5,8% e 5,9%. No mesmo período em 2022, o percentual de pais que renegaram a paternidade saltou para 6,6%, o maior até agora.

Em sua experiência pessoal, Fabiano descreveu a paternidade como sendo “um estado diferente, um sentimento intermitente, só se sabe quando se é pai. Ser pai é ser responsável, ter medo de morrer e se preocupar com o futuro do filho. Também é cumprir um ciclo, viver atento e sentir a dor do outro, como sua, porque realmente é, e, sobretudo, ter certeza que sua vida já valeu e que nada foi em vão”, finalizou.

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