Centro-Oeste ainda enfrenta baixo índice de digitalização em negócios
Empreendedoras destacam a importância do desenvolvimento digital para o crescimento dos negócios
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou uma pesquisa em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) que aponta que ainda é baixo o desenvolvimento digital nas empresas brasileiras, com índice médio de 40,77 pontos. O setor de serviços apresentou o resultado de 46,50%, de indústria, 21,30%, e de comércio, 41,80%. A região Centro-Oeste apresentou apenas 10% de maturidade digital, ficando na frente apenas do Norte (7%).
Com o avanço tecnológico e aumento do contato com alternativas de digitalização, algumas empresas já adotam o método para atrair novos clientes e se aproximar dos que já são, como é o caso das irmãs Yasmim e Paolla Vinhal, proprietárias da Closet Cherie. A ideia para abrir o negócio surgiu a partir da busca de tentar adquirir a liberdade financeira e, para isso, fizeram cursos voltados para empreendedorismo, estudos e viajaram para conhecer fornecedores, investindo altos valores devido ao desejo de montar uma loja física.
Apesar de existir a loja física, localizada no Jardim América, em Goiânia, as vendas também são feitas online, tanto pelo Instagram quanto pelo WhatsApp. “Nas vendas online não usamos respostas prontas, temos uma pessoa responsável por responder as clientes, assim que o pedido é fechado pedimos o pix e mandamos o link de pagamento para a cliente antes de os nossos parceiros irem buscar as peças nas lojas para fazer as entregas”, afirma Yasmim.
Segundo Paolla, o maior investimento que tiveram para a venda online foi com os anúncios, gerando maior ativação nas redes sociais. Além disso, o investimento em marketing foi bastante intenso. “Para o marketing, nosso maior investimento são as blogueiras que contratamos para divulgar as peças, e hoje em dia elas são nosso portal nas redes sociais e na nossa social media”. No marketing, há uma equipe que vai para a loja criar ideias para postagens, coleta de conteúdo e tomar conta do Instagram, em que as publicações são feitas com a aprovação das proprietárias.
Marketing
A importância do marketing digital traz vários clientes para a loja, com as redes crescendo de acordo com a movimentação nas publicações. É o mesmo caso da Brenda, proprietária do Studio Brenda Madeixa, um salão especializado em cachos sem uso de química, em que a maioria dos clientes aparecem pelo Instagram. Patrocínio de imagens e geração de conteúdo sobre cabelos que, segundo ela, são a chave para o engajamento e agenda cheia.
O empreendimento surgiu da necessidade que a dona do estabelecimento tinha com o próprio cabelo pelo déficit de salões especializados em cachos em Goiânia. Com isso, Brenda começou a fazer cursos visando usar os conhecimentos nela mesma e garantir uma renda extra, mas o negócio tomou uma proporção maior, surgindo a necessidade de abrir um espaço para atender a demanda de clientes. Para otimizar o serviço, o agendamento pode ser feito online, em que os clientes têm liberdade de escolher o profissional e o que desejam realizar, além de haver o agendamento no WhatsApp, pela ciência de que algumas pessoas ainda não se dão tão bem com a tecnologia.
Brenda afirma ainda que mais de 95% do público está concentrado no Instagram. “As pessoas acessam o site de agendamento por lá, isso facilita muito nossa logística, principalmente quando falamos em divulgação de serviços. Por exemplo, nós postamos uma foto nos stories de um serviço que foi realizado e já colocamos o link para agendamento”, conta. O agendamento ainda é facilitado pela plataforma que utilizam, que é completa, com cadastro do cliente, controle da agenda de todos os profissionais, balanço de produtos, formas de pagamento e fechamento de caixa. Como investimento, a plataforma cobra R$ 79,90, mas conseguem fazer tudo de forma digital, e outros investimentos em tecnologia são ligados ao marketing do negócio através de patrocínio de publicações pelo Instagram.
De acordo com Brenda, a pandemia ensinou sobre a importância do mundo digital. “Serviços como o meu, que é realizado em contato com o cliente, amargaram a boca nesse período, as necessidades do ser humano estão mudando, a forma de trabalhar está mudando, temos que ser criativos e encontrar outras maneiras de ganhar dinheiro”, diz.