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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Método terapêutico

Tratamento de equoterapia já beneficiou 207 mil pacientes do Crer

Cerca de 240 pacientes estão em tratamento no serviço de Equoterapia do hospital

Postado em 27 de agosto de 2022 por Sabrina Vilela

Equoterapia é um método terapêutico no qual utiliza cavalos no tratamento para a estimulação de movimentos. O Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (Crer) – única entidade hospitalar que oferece esse serviço – faz uso da técnica para contribuir na recuperação de pacientes. O tratamento foi implantado em 2004 e já realizou mais de 207 mil atendimentos. Atualmente, cerca de 240 pacientes estão em tratamento no serviço de equoterapia do hospital, que atende crianças e adultos com os mais diversos diagnósticos. Os atendimentos são realizados no picadeiro localizado no Regimento da Cavalaria da Polícia Militar de Goiás.

Kiarelly Kristina é mãe de Isaac Leandro de apenas 4 anos que teve microdeleções no microssomo (síndrome rara que resulta na perda de partes do cromossomo podendo gerar anomalias congênitas graves e deficiência física e intelectual significativa). Segundo Kiarelly, muitos médicos não conhecem casos como o do filho, visto que ele é o único de Goiás com essa síndrome. Ela afirma que a equoterapia tem sido de ajuda para Isaac mesmo ele sendo iniciante no processo. 

“Eu busquei fisioterapia por questão interdisciplinar e força muscular. A equoterapia abrange várias terapias em uma só. Isaac era uma criança muito irritada, agora melhorou bastante”, afirma

Já no caso de João Pedro Hermogenes de Oliveira, de 8 anos, portador de microcefalia e atrofiamento muscular também apresentou melhora com relação ao equilíbrio, conforme destaca a mãe  Daiana Silva Hermogenes. “Antes da equoterapia meu filho caia muito, era preocupante a falta de equilíbrio dele. Depois do início desse atendimento, ele ganhou firmeza e confiança no seu caminhar. Além do ganho na interação. Ele não só perdeu o medo do cavalo como também melhorou bastante o relacionamento com as outras pessoas”.

Equoterapia também é usado na para tratar depressão

Fisioterapeuta do Crer, Fábio Rios explica que o trabalho de equoterapia em que é utilizado o cavalo faz parte de uma abordagem interdisciplinar na área da saúde, educação e equitação com a busca de desenvolvimento biopsicossocial. O tratamento é voltado tanto para pessoas com deficiência ou não.  A equoterapia não está indicada apenas para quem tem problemas neurológicos, mas psicólogos indicam a equoterapia para depressão e vários outros diagnósticos conforme afirma Rios. 

“O cavalo através dos movimentos dele consegue trazer vários estímulos. A terapia já começa da aproximação do animal que já vence o medo, desafio de estar montado no animal. Através desse movimento são desenvolvidos 2 mil estímulos neurais. 30 minutos de cavalo equivale a 21 mil passos nossos”. 

Algumas enfermidades que costumam ser tratadas com equoterapia são síndrome de Down, paralisia cerebral e problema de comportamento e são atendidos praticantes de todas as idades, a maioria a partir de 2 anos até idosos. “Em cima do cavalo não tem limite, não tem idade, todo mundo é igual. Diagnóstico não é destino”, declara Fábio Rios. Contudo, existem patologias que são contra indicadas para o tipo de tratamento, mas por meio da avaliação multidisciplinar é possível saber a melhor forma para trabalhar com cada pessoa.  

O fisioterapeuta afirma que é surpreendente a diferença que o tratamento traz para os praticantes. “Às vezes o praticante ganha em três meses o que ele levaria em um ano dentro de uma clínica fechada. Então, a gente se surpreende muito com o que o bom resultado que o cavalo transmite, que ele consegue nos auxiliar nessas terapias”. 

O diferencial nesse tipo de tratamento, segundo Rios,  é o contato entre humanos e animais. Ele esclarece que  não pode ser qualquer animal para a prática da equoterapia, ou seja, existe um animal certo para cada patologia. Também tem os materiais corretos para cada caso, e conforme destaca o fisioterapeuta, por ser um tratamento não pode haver erros. O animal passa por um processo pelo fato do cavalo chegar novo, sem saber nada é necessário ter a aceitação do toque e do barulho visto que a sensibilidade dele é bem apurada. 

“Ele sente o medo, sente quando o praticante tem insegurança.  Por isso passa pelo processo de doma e treinamento constante porque tem que oferecer uma segurança para o praticante”. Os auxiliares guias também são de extrema importância para o manejo dos cavalos, de acordo com Rios. 

A amplitude da equoterapia com relação aos benefícios tem como objetivo esse tratamento com dois programas sendo a equoterapia como o primeiro onde o praticante não tem condições de conduzir o animal por causa do medo ou até mesmo por uma limitação física. Nesse caso precisa de um auxiliar-guia e de um terapeuta lateral que dá as condições necessárias para o auxílio do tratamento. 

O segundo programa se trata de educação e reeducação, onde o praticante já tem um domínio do cavalo e pode conduzi-lo com segurança.

“Então o fisioterapeuta, o fonoaudiólogo , psicólogo buscam dentro daquele mesmo atendimento os seus objetivos. A equoterapia tem esse diferencial de ter dois ou até três profissionais diferentes atuando em prol do praticante para ter bom resultado”. O fisioterapeuta conta ainda que atualmente existe até mesmo a equoterapia como prática esportiva classificada como equestre. Existem competições a nível nacional e  internacional.

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