Auxílio de R$ 600 garante apenas o básico da alimentação
A reportagem fez uma pesquisa para saber a média mensal em gastos com cestas básicas em mercados da Capital
O novo valor do Auxílio Brasil de R$ 600 começou a ser pago em agosto e valerá até dezembro deste ano. Esse valor ajuda várias famílias em situação de pobreza, com renda de até R$205 por pessoa e também trabalhadores autônomos sem renda fixa. Este é o caso da cabeleireira, Elisângela Lopes, 40, que conseguiu receber a renda do governo em 2020 como Auxílio Emergencial, mas em 2021 ela ficou sem receber.
Elisângela mora junto com o marido, Carlos Castro, que também é autônomo, e o filho Samuel de apenas 3 anos. Ela voltou a receber a ajuda fornecida pelo programa no último mês de agosto, que segundo ela ajuda a tirar a família do sufoco.
“Antes de voltar a receber o auxílio eu atrasei algumas contas, agora que está regularizando. O que pesa mais é a farmácia. Gastamos em média R$300 por mês. Meu marido tem hipertensão, nós dois temos ansiedade também, por isso fazemos uso de medicações. E o Samuel está doente então o gasto é maior”, relata.
A cabeleireira usa o dinheiro também para ajudar a pagar as contas e fazer compras mensais. O que determina como será gasto o dinheiro é a necessidade. “Eu voltei a trabalhar há cerca de um mês após ficar dois meses desempregada. Para complementar a renda eu ainda faço bicos como revendedora de roupas e calçados”, relata.
Cesta Básica
A cesta básica passou por altos e baixos neste ano. O valor da cesta básica caiu no último mês em 16 das 17 capitais, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, calculada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Contudo, ainda é uma das maiores preocupações de quem recebe o benefício.
A reportagem fez uma pesquisa para saber a média mensal em gastos com cestas básicas em mercados da Capital. Para o levantamento não foram levados em consideração itens de limpeza e nem de higiene pessoal, apenas gastos com a alimentação essencial. Uma família goiana pode gastar em média R$120 apenas com itens como: arroz, feijão, óleo, sal, macarrão, farinha, café, leite, sardinha e outros. Caso colocasse na soma carne, ovos, produtos de limpeza e higiene, esse valor poderia até triplicar, resultando na média de R$360. Esse valor compromete 60% do auxílio e nem sempre dura o mês inteiro em casos de famílias maiores.
Depois da preocupação com as compras outras despesas que devem ser levadas em consideração são água, luz, gás, aluguel e internet. Então, esse valor se torna ainda menor em relação aos gastos do cotidiano.
Maior parte da população desconhece benefícios
Economista, Aurélio Troncoso explica que as famílias que querem entrar em programas sociais do governo por meio do Cadastro Único podem ter acesso a vários benefícios que são cumulativos e aumentam a renda em até R$1600.
“Com apenas R$600 dá para comprar uma cesta básica. Dá para alimentar uma família de quatro pessoas com o básico da alimentação. Se a pessoa tiver renda de R$260 e pega R$600 vai para quase R$900, isso no caso de pessoas de extrema pobreza”.
O especialista em finanças esclarece que o ideal seria se essas famílias entrassem em todos os programas para ter uma vida melhor. “O valor de R$600 ajuda demais na vida de quem não tem nada. As pessoas têm que entender e descobrir que elas podem entrar em todos esses programas”. Ele salienta que beneficiários desses benefícios podem perder o dinheiro caso consigam um emprego formal de carteira assinada, mas não são em todos os casos.
Programas do Governo Federal
Auxílio Brasil;
Auxílio Gás;
Auxílio Criança Cidadã;
ID Jovem;
Benefício de Prestação Continuada (BPC);
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI);
Garantia-Safra;
Seguro-Defeso (ou Pescador Artesanal)
Para saber mais sobre benefícios basta acessar o portal da transparência: https://portaltransparencia.gov.br/