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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
No bolso

Produtos têm variação de até 249% nos preços em supermercados

Economista aponta que os preços variam entre as grandes redes de supermercados, mercearias e mercados regionais.

Postado em 22 de setembro de 2022 por Alexandre Paes

Aumento no preço dos vegetais, nos produtos da cesta básica e mais aumento nos materiais de limpeza. Em meio a tanta inflação, o brasileiro tem criado diversos métodos para tentar economizar na hora de colocar os alimentos no carrinho de compras. E pesquisar preços antes da compra em supermercados pode render uma economia anual de até R$ 3 mil ao consumidor, é o que aponta uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

O levantamento foi feito em 698 estabelecimentos de seis capitais: Belém (PA), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Os técnicos analisaram mais de 92 mil preços colhidos em hipermercados, supermercados e lojas com desconto, mais conhecidos como atacadões.

No caso da cesta básica, a economia em Goiânia seria de 1.115,12 entre um estabelecimento e outro. A maior economia é no Rio de Janeiro, onde o corte ultrapassa os R$ 3 mil. Em São Paulo, R$ 2.888,76; R$ 2.279,64 em Salvador; R$ 1.710,12 em Porto Alegre; R$ 1.655,54 em Belém.

Variação maior na cesta e limpeza

O economista Diego Dias aponta que os preços de um mesmo produto variam muito entre uma rede de supermercado e outra, e isso também acontece nos pequenos empreendimentos como as vendinhas setoriais e minimercados. “É preciso considerar que a precificação no varejo é muito dinâmica por ser facilmente impactada por uma série de aspectos, como a movimentação da concorrência. Até mesmo a região na qual um ponto de venda está localizado influencia o preço final dos produtos”, explicou.

A aposentada Lúcia Eugene sempre procura pesquisar os preços com base nos alimentos que precisa comprar. Ela acredita que economiza muito quando compara os valores entre um supermercado e outro. “Todo mês eu compro o básico, como arroz, feijão, óleo, café e açúcar, e antes eu olho os folhetos de promoção pra saber se compensa. O que me ajuda muito são as propagandas de ofertas que passam na TV. Isso me dá um direcionamento de onde ir fazer compra”, comentou Lúcia.

Os itens com maior variação são justamente os de uso corriqueiro, como os da cesta básica, produtos de limpeza, hortifrúti e proteínas. Segundo o especialista, é possível perceber uma tendência nos consumidores de adaptação na lista em busca de marcas mais econômicas. “Essa movimentação deve-se a razões estruturais, como desvalorização cambial, alta dos combustíveis e fretes, além da subida da inflação, fatores que reduziram o poder de compra e o valor do dinheiro”, declarou Diego.

Mariana Rinaldi, especialista da Proteste, destaca que os consumidores que pesquisam preços com frequência são menos suscetíveis a grandes variações, pois conseguem distinguir quando um produto, de fato, está mais caro ou barato. “Nos últimos dois anos percebemos uma tendência nos consumidores de adaptação na lista de compras em busca de marcas mais econômicas. Essa movimentação deve-se a razões estruturais, como desvalorização do dinheiro”, analisou.

Ainda na cesta econômica da pesquisa, em Goiânia, o desodorizador sanitário foi observado a R$ 1,99 e R$ 6,95, uma diferença de 249%. Outro produto dentro da sessão dos materiais de limpeza é o amaciante de roupas, podendo variar entre R$ 4,99 e R$ 13,99, sendo uma diferença de 189% no produto de uma mesma marca.

Além dos produtos de limpeza, os alimentos que compõem a cesta básica como arroz, feijão, óleo e sal, batem recorde na variação de preços. E a dica é acompanhar as promoções. “Todos os supermercados costumam ter o dia da promoção de cada sessão, por exemplo, terça do hortfruit, quarta da limpeza, e quinta da Carne. O recomendado seria acompanhar os tabloides e comprar conforme as promoções anunciadas. Mas isso só para aqueles que compram em grande escala, se for uma compra ocasional, como um pacote de biscoito, o ideal é comprar no local mais próximo de você”, pontuou o economista.

Magali Portes é corretora de imóveis, e acredita que ficar comprando em estabelecimentos diferentes pode até ser vantajoso, mas o gasto de tempo e combustível desanima o consumidor. “Na minha casa a minha filha sempre costuma pesquisar as promoções nos aplicativos dos supermercados, e fazemos a lista do que precisamos e sempre escolhemos onde pode ser mais vantajoso. Ficar rodando de um lugar para outro acaba sendo um gasto de tempo e de dinheiro para abastecer o carro. Aí a economia fica toda pelo caminho”, expôs a consumidora.

“Seja como for, pesquisar é o melhor caminho para que o consumidor faça economia e tenha satisfação na compra dos produtos. Mesmo que a economia não alcance os mais de 1 mil reais conforme apontado pelo Proteste, o cliente deve buscar o produto que lhe atenda conforme a sua necessidade e que esteja dentro do seu orçamento. Nem sempre marcas conhecidas são sinônimos de melhor qualidade”, finaliza Diego.

Cartela

Dicas para economizar nas compras

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