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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Transporte Coletivo

Transporte público busca melhorias para reconquistar usuário

Desde 1990 o número de usuários cai vertiginosamente e cenário foi agravado na pandemia

Postado em 28 de setembro de 2022 por Alexandre Paes

Mês após mês, a demanda pelo transporte público tem se esvaziado e gerado uma série de consequências sociais, como o número de veículos no trânsito das capitais, e para as empresas de ônibus que perdem faturamento. Essa queda, apesar de acentuada com a pandemia de Covid-19, não é novidade dos anos 2000.

Desde 1990, segundo levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o número de usuários cai vertiginosamente. Governo e empresas buscam soluções para reconquistar a clientela e aliviar congestionamentos e reduzir o número de acidentes dentro das grandes metrópoles como Goiânia e região.

Quem opta pelo transporte coletivo convive diariamente com superlotação, atrasos, ônibus quebrados e estresse. Para a Região Metropolitana, no último mês de julho, a estatal Metrobus e as concessionárias privadas de transporte público (Rápido Araguaia, Viação Reunidas e Cootego) fizeram um acordo para que medidas emergenciais fossem tomadas.

A frota do Eixo já subiu de 86 para 120 ônibus em operação, porém mais 33 ônibus serão substituídos. Mesmo com uma melhoria emergencial, o especialista pontua que os órgãos responsáveis devem criar outras medidas. “Temos que ressaltar que o nível de 73% se deve a uma ação emergencial para corrigir uma situação caótica”, explica Miguel  Ângelo Pricinote, presidente da Mova-se Fórum de Mobilidade.

“De agora em diante cabe a CMTC promover ações juntos aos entes específicos os investimentos em corredores preferenciais de transporte público, melhoria nos abrigos dos pontos de parada, requalificação das calçadas, integração com bicicletas”, finaliza Pricinote.

A medida foi adotada em consequência da suspensão do edital de locação dos ônibus elétricos pela Metrobus, dos constantes acidentes envolvendo passageiros e dos defeitos mecânicos que interrompem as viagens, gerando grandes transtornos para os usuários.

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) colocou 38 ônibus articulados, que estavam operando no Distrito Federal, para integrar a frota do Eixão, mas até o fim do mês de outubro, serão 65 veículos rodando pela rota. 

Integração de modais

Uma das evoluções é a integração de diferentes modais como o Bilhete Único, que permite a utilização do serviço por 150 minutos, duas horas e meia, e a integração fora dos terminais, o que reduz o tempo de viagem e custo de deslocamento. 

O embarque nos terminais e ônibus com bikes também pode ser uma das medidas que atraia mais usuários. Em Goiânia, praticamente todos os terminais têm bicicletários. “Nos terminais de Trindade e Senador Canedo os passageiros se deslocam a esses terminais, deixam suas bicicletas em local destinado para as mesmas e seguem sua viagem utilizando o ônibus para o trabalho ou para outras finalidades”, aponta a RMTC.

Retorno gradativo, mas ainda em baixa

O número de usuários no transporte coletivo da Capital caiu pela metade se comparado com o começo de 2020 e o mês de julho deste ano. Em janeiro eram quase 10,5 mil usuários registrados nos coletivos diariamente. No último levantamento, porém, esse número chega apenas a 5,2 mil. Em abril de 2020, o número de usuários chegou ao seu mais baixo patamar, com apenas 3,2 mil validações.

O período de férias, especialmente das Universidades Públicos, reduz significativamente o número de usuários. Esse público, por sinal, é um dos que mais voltaram a usar o transporte coletivo após a pandemia. A RMTC diz que há diversos estudos sobre a abertura de novas linhas. 

Estrutura e pontos

Priscila Diniz, 29, é estudante de administração e trabalha em um escritório contábil. Ela que mora no Recanto das Minas Gerais, região leste, pega 3 linhas de ônibus para conseguir chegar ao trabalho.

“Cansada eu já estou há muitos anos. Desde adolescente utilizo o transporte coletivo para ir e vir na cidade, mas de uns tempos pra cá tudo piorou, principalmente a qualidade dos veículos, que andam caindo aos pedaços”, comenta Priscila. “Eu vejo esses acidentes que aconteceram recentemente e fico pensando que estou correndo perigo, por que sem manutenção nos ônibus não sabemos o que pode acontecer”, completa a usuária.

Além da insegurança e medo dos usuários, também existe a falta de infraestrutura adequada para esperar na parada de ônibus. Três vezes por semana, Bernadete Silva, 71, faz acompanhamento de fisioterapia na Colônia Santa Marta, também na região leste da capital. Ela diz que sequer existe um ponto com cobertura para aguardar a chegada do transporte.

“É complicado ter que ficar esperando em pé até o ônibus chegar. Eu sou idosa, e tenho vários problemas de saúde, mas como eu preciso ir fazer tratamento, esperar aqui é o de menos. Ruim mesmo é quando chove, porque todo mundo tumultua no poste que tem a placa de parada do ônibus e abrimos as sombrinhas pra ver se protegemos uns aos outros”, relata dona Bernadete.

Mas as reclamações não param por aí, já que veículos quebram durante a viagem, ficam lotados ou apresentam outros problemas que atrapalham o cotidiano do goiano. Antônia Sampaio, 48, trabalha como doméstica há mais de 21 anos. Ela sente na pele esses contratempos diariamente.

“Aqui não tem iluminação. Quando a gente perde o ônibus na hora de voltar pra casa, a gente acaba pegando só às sete da noite. Fica todo mundo exposto. Muita gente vai para trás do ponto para não correr o risco de ser assaltado”, reclamou ela que pega o transporte próximo ao viaduto da Avenida 85 com a T-63.

Mais de 55% dos pontos não possuem cobertura 

De acordo com a RedeMob, atualmente Goiânia e Região Metropolitana contam com 288 linhas, divididas em todas as regiões. Segundo levantamento da CMTC, responsável pela manutenção dessas estruturas, a capital possui 6.907 mil pontos de embarque e desembarque, mas apenas 3.071 estão cobertos. Outros 3.836 não possuem proteção e estão até mesmo tomados pelo mato.

Segundo o especialista em trânsito, Marcos Rothen, as paradas de ônibus fazem parte do mobiliário urbano, demonstrando a qualidade de uma cidade e seus benefícios para o seu morador. Além da cobertura, esses pontos precisam ter lixeiras e informação para os usuários, como horários e itinerários.

“Por ser um lugar onde as pessoas vão ficar um tempo paradas, é necessário que ofereça esses serviços. Uma cidade organizada e civilizada, precisa ter sempre que possível informações como o número do ponto e orientações para que o usuário possa desfrutar do transporte com mais facilidade”.

Marcos acredita que a cidade precisa assumir a responsabilidade de implantação e manutenção dos pontos de ônibus, uma vez que trará mais qualidade de vida ao usuário.

“A cidade iria ficar mais bonita, organizada. Iria ficar mais agradável para todos. O usuário se sentiria mais valorizado, com mais vontade de usar o transporte público. Porém, essa falta de cobertura é um prejuízo muito grande para quem depende dos ônibus. A população fica sujeita ao sol, a chuva, sem proteção nenhuma”, concluiu.

Em nota, a CMTC informou que informou que está previsto a implantação das coberturas nos abrigos para os próximos meses. O trabalho deve ser feito em conjunto com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), pois a ideia é que os detentos façam o trabalho, por meio do projeto um “Um ponto de esperança”, mas um prazo não foi divulgado. (Especial para O Hoje)

Levando em consideração os novos ônibus da frota, a Mova-se Fórum de Mobilidade divulgou uma pesquisa sobre a qualidade do serviço de transporte no Eixão, que revelou que 73% dos usuários já sentiram melhoria com o aumento no número de veículos nos últimos 30 dias 

“Devido à falta de ônibus da Metrobus somado a um asfalto esburacado. As ações emergenciais tiveram um grande impacto. Para esses usuários que não tinham nada de qualidade, ônibus novos melhoram o tráfego além das medidas de recapeamento da linha do Eixo Anhanguera que tem sido feita pela prefeitura da capital”, justificou o coordenador da pesquisa, Miguel Ângelo Pricinote.

Foi o de que a solução emergencial adotada tem aprovação dos usuários do serviço do Eixo Anhanguera, subindo de 30% (antes das ações) para 73%. 

A frota do Eixo já subiu de 86 para 120 ônibus em operação, porém mais 33 ônibus serão substituídos. Mesmo com uma melhoria emergencial, o especialista pontua que os órgãos responsáveis devem criar outras medidas. “Temos que ressaltar que o nível de 73% se deve a uma ação emergencial para corrigir uma situação caótica” explicou.

“De agora em diante cabe a CMTC promover ações juntos aos entes específicos os investimentos em corredores preferenciais de transporte público, melhoria nos abrigos dos pontos de parada, requalificação das calçadas, integração com bicicletas”, finalizou Pricinote.

Mais de 55% dos pontos não possuem cobertura 

De acordo com a RedeMob, atualmente Goiânia e Região Metropolitana contam com 288 linhas, divididas em todas as regiões. Segundo levantamento da CMTC, responsável pela manutenção dessas estruturas, a capital possui 6.907 mil pontos de embarque e desembarque, mas apenas 3.071 estão cobertos. Outros 3.836 não possuem proteção e estão até mesmo tomados pelo mato.

Segundo o especialista em trânsito, Marcos Rothen, as paradas de ônibus fazem parte do mobiliário urbano, demonstrando a qualidade de uma cidade e seus benefícios para o seu morador. Além da cobertura, esses pontos precisam ter lixeiras e informação para os usuários, como horários e itinerários.

“Por ser um lugar onde as pessoas vão ficar um tempo paradas, é necessário que ofereça esses serviços. Uma cidade organizada e civilizada, precisa ter sempre que possível informações como o número do ponto e orientações para que o usuário possa desfrutar do transporte com mais facilidade”.

Marcos acredita que a cidade precisa assumir a responsabilidade de implantação e manutenção dos pontos de ônibus, uma vez que trará mais qualidade de vida ao usuário.

“A cidade iria ficar mais bonita, organizada. Iria ficar mais agradável para todos. O usuário se sentiria mais valorizado, com mais vontade de usar o transporte público. Porém, essa falta de cobertura é um prejuízo muito grande para quem depende dos ônibus. A população fica sujeita ao sol, a chuva, sem proteção nenhuma”, concluiu.

Em nota, a CMTC informou que informou que está previsto a implantação das coberturas nos abrigos para os próximos meses. O trabalho deve ser feito em conjunto com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), pois a ideia é que os detentos façam o trabalho, por meio do projeto um “Um ponto de esperança”, mas um prazo não foi divulgado. (Especial para O Hoje)

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