O mato alto tem gerado preocupação e principalmente insegurança para os moradores do Jardim Helvécia, região central de Aparecida de Goiânia. Populares procuraram o Jornal O Hoje para denunciar a falta de manutenção e infraestrutura do bairro, e alguns afirmam não ver o patrulhamento da Polícia Militar do Estado de Goias, e muito menos as limpezas da prefeitura do município.

No último fim de semana a Cláudia Ribeiro, que é enfermeira, se mudou para o bairro junto com sua família. Nesses poucos dias já presenciou pessoas que vão até uma ‘praça’ na rua Camassari e usam o ambiente aberto para usar drogas livremente. “Essa semana quando estávamos chegando em casa tinha um jovem parado na praça e que estava visivelmente usando algum tipo de droga que ele levava até o nariz. Quando ele percebeu nossa aproximação e observação, guardou o objeto no bolso e saiu descendo a rua”, conta Cláudia.

Apesar da preocupação com a falta de segurança, existe outra ameaça que vem tirando o sono dos moradores: a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de doenças como a dengue, chicungunha e zika.  “Eu, minha mãe, minha irmã e minha sobrinha, todas tivemos dengue recentemente por conta desse descaso”, reclama Miriam Souza, manicure que mora na mesma rua há mais de 12 anos. 

A moradora alerta ainda que o acúmulo de lixo e o mato alto, aliados ao período chuvoso que deve se intensificar nos próximos dias, tornam o ambiente muito propício para proliferação de ratos e insetos, como baratas e escorpiões. “O pior de tudo é o risco de ser picado pelas lacraias e escorpiões. Quase diariamente encontramos algum desses bichos dentro do quintal de casa”, completa Miriam.

Por trabalhar na área da saúde, a enfermeira sabe como os casos de dengue triplicaram nos últimos anos, e que a falta de limpeza urbana acaba colaborando com o acúmulo de entulhos e materiais inservíveis que possam acumular água. “Eu já vi vizinhos que jogam lixo aqui. E agora com o início das chuvas, a água vai ficar parada nesses objetos sendo um ótimo criadouro das doenças do aedes Aegypti. Os mais prejudicados são as famílias que moram no entorno”, desabafa Cláudia

O único pedido dessas pessoas é que os impostos pagos para custear a manutenção e infraestrutura do setor, que ao invés de melhorar está só se deteriorando cada vez mais. “Nós temos direito a uma mínima qualidade de vida, por que imposto a gente sempre paga, e o mínimo é uma boa qualidade de vida com segurança”, pontua a enfermeira. “Quase diariamente encontramos alguns bichos dentro do quintal de casa, e se limparem aqui isso já vai contribuir muito”, conclui a manicure.

Em nota, a secretaria de Desenvolvimento Urbano de Aparecida de Goiânia informa que a manutenção e limpeza de áreas privadas no município é de responsabilidade do proprietário do imóvel, mas que realiza a limpeza dos pontos onde há acúmulo de entulho para evitar problemas para os moradores vizinhos. 

Referente ao que as moradoras relataram, a Prefeitura destacou que é preciso conscientização dos moradores para que não descartem lixo e entulhos em lotes baldios e áreas de preservação e que se realiza campanhas de conscientização para que os responsáveis precisam dar destinação correta para o entulho gerado em suas propriedades, como a contratação de caçambas. 

A secretaria ressalta que o descarte irregular é crime ambiental passível de multa. O pedido de retirada de entulho pode ser feito pelo número: 3545 6038. Já a denúncia de descarte irregular pode ser feita pelo número 32387217, e o serviço de limpeza pode ser acionado pelo número: 35459969.

Sobre a falta de segurança e patrulhamento no bairro, a reportagem entrou em contato com a assessoria da PMGO que afirmou por meio de nota que a demanda foi repassada para o batalhão responsável pela segurança da região. “ Ressaltamos que o policiamento é realizado diariamente naquela região, todavia, esclarecemos que as atividades preventivas e ostensivas serão intensificadas. Em caso de situação de suspeição, a população local pode acionar a viatura para a devida averiguação, através do nº 190 ou pelo telefone funcional: (62) 99631-4352”, finaliza. (Especial para O Hoje)