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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Obesidade Infantil

Mês das Crianças chama atenção para os cuidados com a saúde

Até 2030 a obesidade infantil poderá ser incluído na lista de epidemias

Postado em 8 de outubro de 2022 por Alexandre Paes

O mês das crianças é um momento especial de comemoração, alegria e muita história boa. Mas o que também deve ser falado são os cuidados com a saúde infantil. De acordo com o relatório mundial da obesidade (World Obesity Atlas 2022) o mundo passará por uma epidemia de obesidade e o Brasil terá 7,7 milhões de crianças obesas. Ele também estima que cerca de 23% das crianças entre 5 e 9 anos e 18% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão afetados pela doença.

As principais evidências científicas da pesquisa apontam que crianças acima do peso têm mais chances de se tornarem adultos também obesos. A consequência disso é o aparecimento de várias doenças, como diabetes, problemas ortopédicos, distúrbios psicológicos, doenças cardiovasculares e hipertensão.

Além da alimentação inadequada, a obesidade pode estar ligada ao estilo de vida e à hereditariedade. A endocrinologista infantil Louise Cominato alerta que a obesidade pode se desdobrar e até levar a algum tipo de câncer. “Durante a infância, começamos a aprender os primeiros mecanismos. E com a alimentação não é diferente. Sem vitaminas e correções alimentares no início da vida, muitas crianças desenvolvem doenças genéticas e funcionais”, explica a médica.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a inatividade física é outro fator de risco para o surgimento da obesidade, principalmente em crianças e adolescentes que costumam consumir alimentos ultraprocessados, acumulando automaticamente gordura saturada e demais hormônios que dificultam o metabolismo e desenvolvimento do organismo. 

De acordo com o nutricionista Jonas Silveira, incentivar uma boa alimentação na infância é um investimento para o futuro. “Para que essa alimentação continue sendo saudável e adequada, é importante que a introdução alimentar seja feita de forma adequada e seja baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. O leite materno deve continuar sendo ofertado pelo menos até os dois primeiros anos de vida”, orienta o médico.

Orientação sobre alimentação

Para que a doença não se perpetue na idade adulta, a prevenção da obesidade infantil é necessária. Independentemente da fase da vida, os cuidados com a saúde precisam ser constantes. Isso inclui a alimentação saudável, a prática de atividade física, o acompanhamento do ganho de peso excessivo e a manutenção de tantos outros hábitos saudáveis. 

“A prevenção é um dos principais mecanismos de evitar a obesidade infantil, bem como os desdobramentos da doença, tais como a diabete tipo 2, hipertensão, aumento do colesterol e a gordura no fígado. Também é fundamental a ação conjunta, tanto nas escolas quanto nas famílias, e um “esforço de todos” para a conscientização da importância de uma alimentação saudável”, destaca a endocrinologista infantil. 

Depois, é importante prezar pelas mudanças de hábitos, como o sedentarismo, e medidas de médio e longo prazo para reverter o quadro no Brasil. “Buscar atividades físicas para além das atividades nas escolas, retirada de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados, e o hábito de consumir alimentos mais saudáveis” são algumas das alternativas destacadas por Louise. 

Prática de atividade física precisa ser incentivada

É muito comum associar a atividade física a alguma prática estruturada, como aquelas desenvolvidas nas escolinhas de esporte. Mas atividades mais simples, realizadas no tempo livre ou nos momentos de lazer também podem colocar o corpo em movimento. O importante é escolher opções que promovam uma movimentação significativa. 

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam uma média de 60 minutos por dia de atividade aeróbica moderada para crianças e adolescentes. “O esporte é sempre muito bem-vindo e para as crianças é o início de uma história a ser levada para o resto da vida, além de ser um ótimo meio de integração”, destaca o professor de educação física, Marcos Santana.

A ideia é que a criança encare essas atividades como um momento de lazer, confraternização com amigos e alegria. E dá para ir ainda mais além: para os avós, pais ou responsáveis, realizar brincadeiras ativas com as crianças gera benefícios para todos os envolvidos. Brincar junto também é uma forma de colocar os adultos em movimento.

Incentivar os pequenos a fazer atividade física regularmente é apenas o primeiro passo. “Os pais ou responsáveis devem se lembrar que as crianças precisam testar atividades diferentes e variadas. A diversidade de atividades vai garantir a elas uma base de proteção para lesões precoces e ajudar no desenvolvimento motor e no controle de peso”, finaliza o professor de educação física.

Olhando para o lado da atividade física, combater a obesidade infantil pode ser mais divertido do que se pensa. É que existem muitas opções para isso, como: jogos com bola, esconde-esconde, pique bandeira, pula-corda, totó, pingue-pongue, pipa, elástico, queimada, dança e tudo mais o que a imaginação permitir. Isso significa que é possível prevenir a doença e até mesmo mantê-la sob controle por meio das brincadeiras. 

Confira 3 dicas para fazer que a criança se movimente e gaste energia

  • Faça com que ela caminhe ao máximo. Caminhadas, em ritmo acelerado, são ainda melhores;
  • Resgate as atividades ao ar livre e brincadeiras. Tire a criança da frente da tela e vá com ela a um parque ou a um gramado, sempre que possível. São tantas opções baratas e divertidas que elas vão amar;
  • Outra boa opção é apostar nos esportes coletivos, como futebol, vôlei e basquete. Eles desenvolvem, além das capacidades físicas e habilidades motoras, a socialização.

Fonte: Ministério da Saúde

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