Produtos para alisar cabelo podem estar ligados a maior risco de câncer de útero, diz estudo
Mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes por ano têm o dobro da probabilidade de desenvolver a doença
Segundo estudo publicado nesta segunda-feira (17), pelo Journal of the National Cancer Institute, produtos para alisar o cabelo estão associados a um aumento do risco de câncer de útero.
As descobertas são especialmente relevantes para mulheres negras, que representam a maioria dos usuários de produtos de alisamento nos Estados Unidos, e para as adeptas do chamado “alisamento brasileiro”.
As mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes por ano têm o dobro da probabilidade de desenvolverem câncer de útero, principalmente câncer de endométrio.
O câncer uterino representa cerca de 3% dos novos casos de câncer nos Estados Unidos, mas é o mais comum do sistema reprodutor feminino. O prognóstico costuma ser bom se detectado a tempo, mas o tratamento geralmente envolve a remoção do útero, o que impossibilitaria a gravidez.
O estudo se baseia em dados de 33,5 mil mulheres americanas, acompanhadas por quase 11 anos.
Alisamento brasileiro
O tratamento de queratina conhecido como “alisamento brasileiro” era popular quando as mulheres se inscreveram neste estudo, entre 2003 e 2009. No entanto, seu uso diminuiu consideravelmente desde então.
Os pesquisadores não coletaram informações sobre produtos e marcas específicas, mas apontam que várias substâncias químicas presentes nesses tipos de produtos podem contribuir para o aumento do risco de câncer. Além do formaldeído, conhecido popularmente como formol.
A segunda possibilidade levantada é a de que alguns produtos tenham substâncias cancerígenas, como o formaldeído, para quebrar as ligações entre as proteínas da queratina do cabelo, alterando sua estrutura e alisando-o.
Veja também: Cartório tem prejuízo de cerca de R$ 50 mil após ser apedrejado em Goiânia; veja vídeo