Baseada no livro ‘O visconde que me amava’, da saga ‘Os Bridgertons de Julia Quinn, a segunda temporada de Bridgerton, assim como a obra literária, foca na vida pessoal e amorosa do primogênito, Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey). Naturalmente, a nova fase da série trouxe novos personagens para a história – talvez até demais –  sendo os mais importantes: as irmãs Sharma e a mãe de ambas, Lady Marry, que vão da Índia a Londres a procura de um marido para a caçula, Edwina Sharma (Charithra Chandran).

Além da família Sharma, é apresentado também o novo Lord Jack Featherington, Theo Sharpe; um possível pretendente para a irmã do meio, Eloise Bridgerton, o Sr. Dorset; amigo de Anthony e os pais da Lady Mary. Porém, o problema não se encontra nos personagens novos e sim nos seus propósitos para a série.

Em tentativa de suprir o que não precisava ser suprido, personagens como, Eloise, Penelope Featherington  e Colin, se tornam cada vez mais irritantes e tediosos, a cada episódio a vontade é de pular suas cenas e focar apenas no casal principal. Após o grande sucesso da primeira temporada, é possível que os produtores tenham ficado inseguros com a saída do ator Regé-Jean Page (Duque de Hastings) da série – mesmo que seu contrato tivesse acabado – já que ele foi o nome que carregou o peso da franquia em 2020.

Com isso, por não acreditarem no romance principal desta temporada, o tempo de tela de Jonathan e Simone foi pouquíssimo, comparado ao protagonismo que ambos possuem no livro. Não só isso, o enredo em si foi extremamente alterado, acredito que algumas mudanças foram necessárias, como a cena da abelha, mas, a mudança da relação entre as irmãs foi um pouco desagradável. No livro, Edwina não fica contra Kate e Anthony, uma vez que ela entende a situação que sua irmã se encontra, já o seriado, foi divulgado como um triângulo amoroso, fazendo com que a história inteira mudasse.

Independente de todos os pontos baixos, Simone Ashley não só fez jus a personagem dos livros, como superou todas as expectativas dos fãs da minissérie. A atriz consegue captar todos os sentimentos que sua personagem está sentindo, inclusive quando Kate não os pode demonstrar. Sendo um verdadeiro “enemies to lovers”, Ashley consegue transitar muito bem entre a linha tênue que é o amor e o ódio, tal como a rainha dos corsets, Kiera Knightley em Orgulho e Preconceito (2005), ou a carismática, Emília Clarck, em Como Eu Era Antes de Você (2016).

Igualmente à Simone, Jonathan Bailey dá um show de atuação, apesar de termos o visto e o adorado em 2020, em 2022 o amamos. Mesmo sendo um homem, na maioria das vezes, sério e traumatizado por causa da morte de seu pai, Anthony possui muitos momentos doces com sua família e Jonathan atua em todos com muita maestria e carisma, o que faz com que todos se apaixonem por ele.

 Ouso dizer que, Anthony Bridgerton, graças à atuação de Bailey, possa vir a ocupar o lugar do Sr. Darcy, de Matthew Macfadyen, em Orgulho e Preconceito (2005), no coração dos fãs de romances de período regencial. É indiscutível que, a química magnetizante entre o par central carregou a segunda temporada nas costas, “Kanthony” provou que não é preciso várias cenas de sexo para mover o “plot” do seriado.

Em relação a direção, diferente da primeira temporada, o ator e diretor, Tom Verica, dirigiu o melhor episódio e a melhor cena desta temporada. Seu movimento de câmera é bom, ele dá tempo para que possamos ver a ação e reação dos personagens na cena, principalmente na cena que o Anthony se declara para a Kate depois do jantar no episódio cinco. Entretanto, os cenários dos bailes e parques poderiam ter sidos mais explorados com mais criatividade por todos os diretores.

Terceira temporada

Até o momento, não há nenhuma data de quando quando a próxima temporada será lançada – apenas que está, de fato, próxima e atualmente em produção. A segunda temporada, que estreou um pouco mais de um ano após a primeira, teve a produção desacelerada pela pandemia.

Com isso, é possível que a equipe criativa acelere o desenvolvimento da terceira temporada. Mas, até agora, só é de conhecimento público que a terceira temporada de Bridgerton se concentrará no romance de Penelope, também conhecida como Lady Whistledown, e Colin Bridgerton (Luke Newton).

Algo inédito, uma vez que, originalmente, a série seguiria a ordem dos livros que dão vida à obra. Nos livros, o próximo Bridgerton a receber o tratamento principal seria Benedict (Luke Thompson), em Uma Oferta de um Cavalheiro. O exemplar focado em Colin, Romancing Mr. Bridgerton , é o quarto na lista.

Leia a sinopse da história de Penelope e Colin, publicada pela Netflix:

“Penelope Featherington (Nicola Coughlan) finalmente desistiu de sua paixão de longa data por Colin Bridgerton (Luke Newton) depois de ouvir suas palavras depreciativas sobre ela na última temporada. Ela, no entanto, decidiu que é hora de ter um marido, de preferência um que lhe dê independência suficiente para continuar sua vida dupla como Lady Whistledown, longe de sua mãe e irmãs. Mas, sem confiança, as tentativas de Penelope no mercado matrimonial falham espetacularmente. Enquanto isso, Colin voltou de suas viagens de verão com um novo visual e um sério senso de arrogância. Mas ele fica desanimado ao perceber que Penelope, a única pessoa que sempre o apreciou como ele era, está dando-lhe um ombro frio. Ansioso para reconquistar sua amizade, Colin se oferece para orientar Penelope nos caminhos da confiança para ajudá-la a encontrar um marido nesta temporada. Mas quando suas aulas começam a funcionar um pouco bem demais, Colin precisa saber se seus sentimentos por Penelope são realmente apenas amigáveis. Para complicar as coisas para Penelope é sua briga com Eloise (Claudia Jessie), que encontrou um novo amigo em um lugar muito improvável, enquanto a crescente presença de Penelope na alta sociedade torna ainda mais difícil manter seu alter ego Lady Whistledown em segredo.”