Produtos de limpeza se tornam os vilões no orçamento das compras mensais
Seguindo algumas orientações é possível ter um rendimento maior de cada produto, economizando na hora de ir ao supermercado
Em meio a tanta inflação, o brasileiro tem criado diversos métodos para tentar economizar na hora de colocar os alimentos no carrinho de compras. Mas se engana quem pensa que só os alimentos básicos como arroz, feijão, açúcar e óleo tem passado por aumento, pois hoje o medo da dona de casa é passar pela sessão dos produtos de limpeza.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurou que, em julho deste ano os preços dos artigos de limpeza vendidos em Goiânia registraram variação de 2,37%, a segunda mais alta do Brasil em relação às 15 capitais alvo do levantamento.
Em números de fechamento, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), reforça que o setor movimenta na ordem de R$ 32 bilhões anuais. Esse volume representa um superávit de 6,7%, frente a 2020, quando o faturamento era de R$ 30 bilhões.
No geral, entre janeiro a setembro houve um aumento de 11,11% no valor total das cestas, sendo de 11,05% na cesta alimentar, 14,80% na cesta de limpeza doméstica e 2% na cesta de higiene pessoal, evidenciando o impacto da crise do coronavírus e da inflação nos preços dos produtos. Oito produtos sofreram alta, sendo destaque o item sabão em pó, que apresentou variação positiva de 5,04%, seguida pelo inseticida (4,42%), sabão em barra (3,73%), cera para assoalho (2,82%) e vassoura piaçava (2,29%). O item água sanitária registrou decréscimo de -3,20%.
Antônio Caldas Meireles, 51, e dono de um restaurante, e cerca de 30% do orçamento do estabelecimento é destinado aos matérias de limpeza e higienização. Nos últimos meses o bolso tem sentindo um peso maior. “Higienização é a essência de um restaurante, justamente por lidar com a produção e alimentação de diversas pessoas. Por isso não deixei de comprar os produtos que já utilizava, mas agora pago o dobro do valor em um detergente por exemplo”, conta o comerciante.
Dona Glaucia Pereira tem uma empresa no ramo de lavanderia, e devido o constante aumento e variação no preço do sabão em pó e amaciante, acabou tendo que subir o valor da mão de obra por quilo de roupa. “Foi inevitável não passar o aumento para os meus clientes, por que eu permaneço usando os mesmos produtos pra não prejudicar a qualidade de limpeza das roupas que recebemos aqui. Ou eu fazia isso, ou fechava às portas, por que é um absurdo o valor dos produtos de limpeza”, relata a empresária.
Se pra quem tem comércio tá complicado, não é muito diferente pra dona de casa, que lava louça, limpa casa, e lava roupas. Antes da Louise Dias gastava uma medida de R$ 86,00 mensais em todos os produtos de limpeza, e hoje o valor ultrapassa os R$ 150,00. “Ficar sem limpar as coisas não da certo. E se eu não lavar as roupas o que é que vou vestir pra ir trabalhar e passear nos fins de semana. O que a gente faz e tentar usar uma menor quantidade de produto pra evitar um gasto supérfluo ou desperdício. A realidade é quentinha fácil pra ninguém”, desabafou a secretaria de escritório.
Como economizar na hora da limpeza?
Quem é que não gosta de ficar com a casa limpinha e cheirosa? Para dar dicas o Jornal OHoje conversou com uma empresa especializada no ramo dos produtos de higienização e limpeza para que o consumidor aprenda ou entenda fórmicas de economizar na hora de comprar ou utilizar os produtos.
Empresário do ramo de higiene e limpeza, Rafael Gonçalves, da Aqualis Soluções, dá dicas para as donas de casa aproveitarem o máximo o conteúdo de produtos como água sanitária, amaciante, detergente, sabão em pó e desinfetante.
Segundo Rafael, o segredo está no rótulo dos produtos. “É muito raro o consumidor ler o rótulo das embalagens de produtos de higiene e limpeza. Mas os próprios fabricantes orientam os usuários sobre a quantidade ideal do produto para cada situação, a proporção da diluição em água e a aplicação recomendada daquele determinado item”, destaca.
Uma das dicas de Rafael é para quem vai lavar louças. Ele recomenda manter as vasilhas sujas sempre úmidas, mergulhadas em água na pia. “A água já vai amolecendo as camadas mais rígidas de sujeira; assim, você não precisa colocar tanto detergente na esponja. E, só o mínimo para o produto remover a oleosidade”, explica o especialista do mercado de higiene e limpeza.
Rafael Gonçalves ressalta que o consumidor pode fazer a água sanitária, o amaciante e desinfetante renderem mais diluindo esses produtos. Mas é precise ficar atento à proporção ideal do produto e da água. “Cuidado com o que a internet ensina. Muitos vídeos circulam por aí prometendo milagres, mas não existe almoço de graça. A dica é: leia o rótulo da embalagem. A recomendação do fabricante é sempre a melhor opção”.