Prévia da inflação coloca Goiânia de novo entre as mais caras
Alta veio após três meses de recuo da inflação e antes das eleições
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), junto ao Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), apontou Goiânia como a maior média de alta na inflação do mês de outubro com 0,56%. A alta veio após três meses de queda, agora com essa nova realidade é um acumulado anual de 3,422% e o acumulado de 12 meses chega a 6,08%.
De acordo com a pesquisa, os itens que tiveram mais variação mensal foram: gasolina (0,89%); automóvel usado (1,68%); automóvel novo (1,64%); emplacamento e licença (2,22%); refeição (0,45%); plano de saúde (1,36) e lanche (2,51%).
Outros itens que também registraram alta foram de higiene pessoal, plano de saúde, transporte público e medicamentos. Além disso, a gasolina que registrou oscilações ao longo do ano, mas se manteve em baixa nos últimos quatro meses teve alta de 0,89%.
Com a chegada das festas de final de ano e as férias escolares, muitos escolhem o período para viajar. Contudo, no que se refere a viagens a passagem aérea aumentou 39% apenas no mês de outubro. Já no acumulado de 12 meses as passagens tiveram alta de 51%.
Justificativa
Economista, Luiz Carlos Ongaratto explica que a alta de 0,56% significa que os itens básicos de consumo das famílias registraram esse aumento. Esse valor representa uma média, já que tiveram itens com alta acima desse valor e outras que se mantiveram estáveis. Para o especialista, um dos motivos principais para a alta é o custo dos combustíveis e o número de pessoas que comem fora de casa.
Ele afirma também que Goiânia é uma cidade de bares, restaurantes e a gente tem observado esse aquecimento de mercado principalmente por conta da pandemia que perdurou de 2020 a início de 2022. “Agora as pessoas começaram a sair, então com esse aquecimento desse mercado tem falta de pessoal, tem todo o aumento dos alimentos. Então esse serviço fora de casa gerou essa alta acumulada decorrente desde 2020. Portanto, infelizmente era esperado esse tipo de aumento por conta da demanda.
Ongaratto afirma também que o aumento da inauguração de bares contribuiu para que se elevasse mais ainda o custo da alimentação fora de casa. No caso das passagens aéreas, um problema enfrentado é a quantidade reduzida de companhias aéreas. Isso fez com aumentasse o valor das passagens.
Para ele, também é grande o número de pessoas em busca de hóteis e que para fugir desses aumentos no final de ano o ideal é pesquisar. Para isso é necessário planejamento, e o ideal é sair para viagens fora do período de férias.
Vilão
O preço das passagens aéreas foi considerado o grande vilão da previsão da inflação do mês de outubro. Com a queda no preço do leite e derivados e dos combustíveis, o preço das passagens foi o item que mais pesou no índice após aumento superior a 28%. O leite longa vida, por outro lado, se destacou, no cenário nacional, pela redução de 9,9% do preço e o etanol com 9,4% e a gasolina, com quase 6% de recuo.
Já o grupo Habitação teve alta de 0,28%, com o aumento de 0,07% da energia elétrica. Com a Lei Complementar 194/22, os serviços de transmissão e distribuição foram retirados da base de cálculo do ICMS em alguns estados. Mas foram identificados casos em que houve continuidade da cobrança e, no IPCA-15 de outubro, ocorreram ajustes para compensar a retirada do ICMS, a fim de contabilizar na conta padrão o que foi cobrado dos consumidores. (Especial para O Hoje)
De forma voluntária, algumas concessionárias também decidiram retirar os serviços de transmissão e distribuição da base de cálculo do ICMS. Isso foi levado em consideração na conta padrão, que, nesses casos, tem esses serviços retirados da base de cálculo do imposto.
Também houve alta na taxa de água e esgoto (0,39%), que foi impactada pelo reajuste médio de 13,22% aplicado em uma das concessionárias de Porto Alegre (3,36%) no fim de setembro.
Regionalmente, nove das 11 áreas tiveram inflação em outubro. A maior variação foi registrada em Brasília (0,56%), com o impacto da alta nos preços das passagens aéreas (37,59%), e a menor, em Curitiba (-0,24%), influenciada pela queda da gasolina (-6,58%). (Especial para O Hoje)