Continência de PMs em ato pró-Bolsonaro contraria protocolo da polícia, diz ouvidor
O ato ocorreu durantes os bloqueios ilegais na Rodovia Candido Portinari (SP-334) em Franca (SP)
A continência prestada por policiais militares rodoviários durante manifestação em protesto contra a vitória de Lula da Silva (PT) vai contra o protocolo da Polícia Militar de São Paulo, foi o que disse o ouvidor das polícias do estado, Elizeu Soares Lopes.
O ato ocorreu durantes os bloqueios ilegais na rodovia Candido Portinari (SP-334) em Franca (SP). Segundo Lopes, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar a conduta dos quatro agentes filmados prestando continência.
“Essas manifestações dos policiais não coadunam com o protocolo da Polícia Militar. Portanto, ao meu ver, ela é dúbia no que diz respeito a atuação da polícia. A missão deles era debelar o bloqueio que havia na via feita pelos manifestantes, bloqueio esse ilegal já com determinação do STF, do governador do estado, da SSP, bem com a polícia militar, para que a polícia haja no sentido de evacuar a rodovia, e permitir que as pessoas tenham o direito de ir e vir”, disse o ouvidor.
“Evidentemente que a Polícia Militar, que é uma instituição e uma polícia de estado, não pode em hipótese alguma ter dubiedade quanto a sua participação em processos e protestos de natureza política”, complementou.
Leia também: Bloqueios já resultam em mais de R$ 5,5 milhões em multas
O vídeo passou a circular em grupos de mensagens na noite de terça-feira (1º). Desde segunda-feira (31), manifestantes ocupam o quilômetro 406 da Rodovia Candido Portinari (SP-334) em ato contrário ao resultado das eleições de domingo (30), quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para o terceiro mandato presidencial.
Apesar de determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), sob pena de multa em caso de desobediência no país, e do governo de São Paulo para desobstrução das vias, o trecho em Franca segue bloqueado.