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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Agronegócio goiano apresenta cisma com Lula a partir de janeiro

Ainda com o fantasma do MST, braço político do PT no campo, setor anda preocupado com os próximos quatro anos de governo petista

Postado em 8 de novembro de 2022 por Yago Sales

Diante dos quatro anos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o setor do agronegócio em Goiás se manifesta mais afável, sob o argumento de respeito às urnas, embora ainda haja uma gleba de insatisfeitos atrapalhando o fluxo nas rodovias em todo o País. Alguns representantes da área, em reunião com Ronaldo Caiado sobre a produção agropecuária, demonstraram preocupação com o governo Lula. 

Eles se mostram confusos ou preocupados com a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores promova algum tipo de problema aos produtores rurais, como o empoderamento de membros do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) que, recentemente, tinha o protagonismo na ocupação de terras improdutivas, se tornando a face azeda da gestão petista desde 2003. 

Conforme a jornalista Fabiana Pulcineli, do O Popular, na reunião com Caiado os produtores disseram coisas do tipo “o ano vai ser difícil por causa das invasões de terra promovidas pelo PT”. Nas falas, um deles ainda disse: “O momento é crítico de avanço do comunismo nos meios de comunicação e na educação”. 

Com o incentivo de agricultores, até esta segunda-feira (7), havia 30 pontos obstruídos. A polícia militar usou até gás lacrimogêneo para cumprir ordens judiciais para a liberação das vias. Tinha interrupção em Bonfinópolis, Nazário, São Luiz de Montes Belos, Nerópolis, Quirinópolis (em quatro rodovias), Santa Helena de Goiás, São João da Paraúna, Chapadão do Céu, Caçu, São Miguel do Araguaia (em duas rodovias), Mozarlândia e Montes Claros. Também tiveram os atos antidemocráticos em Inhumas, Caldas Novas, Goianésia, Pires do Rio, Montividiu, São João D´Aliança e Cidade de Goiás. 

A reportagem do jornal O Hoje apurou que a maioria dessas manifestações foi incentivada e até financiada por produtores rurais que veem, no ato, uma forma de frear o rito democrático e evitar a posse de Lula, por meio do argumento – falso, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – de que houvera fraude durante o processo eleitoral. 

Um produtor Rural de Rio Verde afirmou à reportagem que o principal medo é de que Lula possa tentar “uma vingança” contra o proprietário de terra. “Esse homem é amargo. A gente sabe que uma pessoa com ódio pode fazer coisas cruéis com aqueles que o criticaram”, diz, sem dar qualquer pista de algo que possa ser desabonado. 

Uma proprietária de terra na região metropolitana de Goiânia esperou três dias para decidir comentar o resultado das eleições. “Tenho medo de petista. Já tomaram terras da minha família para dar para esse povo do MST. Mas se Deus quiser vão provar essas fraudes e nosso presidente Jair Messias Bolsonaro vai ter mais quatro anos para não deixar esse Lula assumir”, comenta, antes de confessar que contribuiu com uma banda de boi para um dos trechos que foi parado por bolsonarista. “Melhor fazer agora do que depois”, afirma, antes de desligar e quase implorar para não ser identificada. “Sabe como é, comunista persegue a gente. E vão até tirar as minhas armas para me proteger de invasores”. 

Um prefeito que administra uma cidade na região Sudeste de Goiás transmite um recado ao governo Ronaldo Caiado. “Espero que ele esteja ciente de qualquer tentativa de maldade do Lula contra ‘nois’. A gente trabalha dia e noite para levar comida para as pessoas, exportamos, e não podemos perder tudo de uma hora para outra. Eu li esses dias que o PT tem plano de tomar nossas terras para entregar para o MST”, diz, mostrando um link com uma notícia fartamente desmentida por agências de checagens. “Isso é verdade. Minha família do Mato Grosso também está atenta com essa informação. Foi minha sobrinha, que é advogada, que mandou para ‘nóis’”.

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