Julgamento dos acusados pela morte de Valério Luiz começa após quatro adiamentos
Na última tentativa de realizar o julgamento, em 14 de Junho deste ano, o júri foi dissolvido após um dos jurados sair do isolamento
Após quatro adiamentos, começou nesta segunda-feira (7), o julgamento do caso Valério Luiz. O assassinato cometido há 10 anos em Goiânia contra o radialista, teve forte repercussão nacional e é marcado por uma extensa lista de recursos para postergar ao máximo o fim desse trágico crime.
Segundo inquérito da Polícia Civil, concluído em 2013, Valério foi morto a mando de Maurício Sampaio devido às críticas que fazia à diretoria do Atlético-GO. O dirigente e seus advogados negam as acusações.
Além de Maurício Sampaio, os outros quatro réus indiciados pelo homicídio e denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) são: os policiais militares Ademá Figueiredo e Djalma Gomes da Silva, o comerciante Urbano de Carvalho Malta e o açougueiro Marcus Pereira Xavier.
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, em 5 de julho de 2012. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, à época, o assassinato foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz ao Atlético-GO, time que Maurício Sampaio era vice-presidente.
Na última tentativa de realizar o julgamento, em 14 de Junho deste ano, o júri foi dissolvido após um dos jurados passar mal e sair do isolamento para tomar remédio. Sendo assim o julgamento foi encerrado sem um resultado e um novo julgamento deve ser feito desde o início, escolhendo desde novos jurados e ouvindo todas as testemunhas.
O promotor do Ministério Público Sebastião Marcos Martins explicou que quando os jurados são sorteados, eles precisam ficar isolados e sem comunicação, não tendo acesso a televisão, celular e computador, por exemplo.
Caso isso não aconteça, é necessário anular todo o julgamento e determinar uma nova sessão, com novos jurados, pois não há como substituir um dos integrantes do conselho de sentença.
Previsão para o fim do julgamento
O juiz Lourival Machado da Costa, da 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida, presidirá a sessão, que contará com sete jurados e 24 testemunhas. A previsão é que o julgamento dure pelo menos três dias.
O caso teve enorme repercussão na cidade e teve o júri inicialmente marcado para o dia 23 de Junho de 2020 e foi remarcado para o dia 14 de março deste ano por causa da pandemia. Na data, novamente foi suspenso porque o advogado que defendia Sampaio alegava que o juiz era parcial. O que demandou uma nova remarcação.
Por fim, o júri recomeçou na data marcada – 13 de junho. Porém, foi novamente adiado no dia seguinte após um jurado passar mal e deixar o hotel onde estava isolado sem avisar a Justiça.