Em reunião, Lula diz a Lira que não vai interferir em eleição da Câmara
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, recebe o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP – AL), presidente da Câmara, se reuniram nesta quarta-feira (9/11) para prosseguir com mais uma etapa da articulação que pode concretizar a união do presidente eleito e do presidente da Câmara, que, desde 2020, apoia Jair Bolsonaro (PL).
O encontro aconteceu na residência oficial de Lira. Segundo testemunhas, Lula afirmou que não vai interferir em eleição da Câmara. Sem o apoio do presidente eleito, é improvável que surja concorrente à altura, selando, praticamente, a reeleição de Lira.
Ainda, aliados do petistas disseram que Lira irá trabalhar em prol da aprovação da PEC da Transição, essencial para que Lula consiga cumprir com algumas promessas de campanha em 2023. Entre elas, constam a permanência do valor mínimo de R$ 600 do, até então, Auxílio Brasil, do benefício adicional de R$ 150 para crianças menores de seis anos e o aumento acima da inflação do salário mínimo.
Caso haja uma aliança formal em Lula e Lira, o presidente eleito receberia o apoio de parte do centrão e uma base sólida na Câmara.
Após o encontro, o presidente da Câmara postou fotos sorridentes ao lado de Lula em suas redes sociais. De acordo com petistas que estavam no local, apesar das divergências durante a campanha, Lira se mostrou aberto à ideia de manter um bom relacionamento com o PT, em troca da não interferência ou do apoio do presidente eleito.
Ainda que Lira esteja receptivo a formação de um aliança, resta vencer as resistências de Renan Calheiros (MDB-AL), senador adversário de Lira, que se mostra contrário a acerto com o centrão.
Geraldo Alckmim (PSB), vice-presidente eleito, Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara, Aloizio Mercadante, coordenador de governo da campanha de Lula e os deputados José Guimarães (PT-CE), Odair Cunha (PT-MG) e Alencar Santana (PT-SP) também participaram do encontro.
Lira foi uma das primeiras autoridades a reconhecer a vitória de Lula no segundo turno das Eleições, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar o resultado matematicamente definido.
“A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada”, declarou o presidente da Câmara em um de seus pronunciamentos.
Benedito Lira, ex-senador e ex-deputado federal e pai do presidente da Câmara dos Deputados, defendeu que o fato do filho ter sido apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro, não impede que ele forme aliança com Lula.