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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Economia

Economia trava e número de empresas falidas e em recuperação judicial cresce

No Brasil, foram fechados mais de 600 mil negócios no 2º quadrimestre, 11% a mais que os números do 1º quadrimestre de 2022

Postado em 12 de novembro de 2022 por Redação

Goiás tem registrado recordes no número de empresas que pediram recuperação judicial. Nem no auge da pandemia tantas empresas chegaram a esse momento em que não conseguem mais segurar as contas.

Em agosto foram 2 empresas, mas em setembro, chegou a 22. É uma situação que atingiu o mercado no Brasil de forma geral, enquanto Goiás sente o efeito cascata da crise que começou em 2020 e foi agravada pelo aumento geral dos preços de insumos como alimentos, gás e combustíveis.  

Segundo Arthur Bueno, sócio de um grupo especializado em recuperação de empresas, muitos estabelecimentos precisaram negociar dívidas no início da pandemia e começaram a lidar com os vencimentos em 2022. “Os empresários tentaram reverter quadros de dificuldade nos primeiros meses deste ano e aguentaram até o limite, mas se depararam com a súbita alta geral dos preços e a disparada da taxa básica de juros, a Selic. O crédito no Brasil está muito ‘caro’. Se as empresas em dificuldade não conseguem subsídios para se manterem ‘respirando’, acabam precisando passar por um processo de recuperação judicial e se esse processo não for bem executado para tirar o negócio da UTI, a morte fatalmente chega”, diz o especialista.   

Apenas ao longo de 2021, mais de 3,6 mil pedidos de recuperação judicial foram concedidos no Brasil, de acordo com a consultoria Serasa Experian.

A Recuperação Judicial é usada por empresas, de todos os tamanhos, para evitar a falência. O processo permite que companhias suspendam ou adiem pagamentos e renegociem dívidas, com o objetivo de se manter em atividades e evitar demissões.

Novas normas nos processos de falência e recuperação judicial são bem recentes e desconhecidas por muitos empresários. A nova “Lei de Falências” entrou em vigor no dia 23 de janeiro de 2021. As mudanças afetam direitos e deveres, tanto de devedores quanto de credores. 

O primeiro passo para voltar a respirar

Desenvolver uma política de redução de custos e despesas, além de aumentar a eficiência dos processos para ganho de produtividade, são ações urgentes em empresas que precisam se recuperar. “Muitos empresários nunca sentaram para renegociar financiamentos e não sabem quais são as possibilidades a serem exploradas nesse campo. O mesmo deve ser feito com os fornecedores. Procurar um profissional com experiência nos processos de recuperação e reestruturação empresarial pode ser decisivo nessa hora”, aponta Arthur Bueno.

Dados Brasil 

No segundo quadrimestre de 2022, foram fechadas 603.444 empresas no Brasil, representando aumento de 11,0% nos números de fechamento de empresas em relação ao primeiro quadrimestre de 2022, além de crescimento de 23,9% em relação ao segundo quadrimestre de 2021.

Inadimplência das Empresas no Brasil

Em janeiro de 2022 eram 6 milhões de empresas inadimplentes no Brasil, com pelo menos um compromisso vencido e não pago. Em agosto de 2022 (último levantamento) já eram 6,2 milhões de empresas inadimplentes, 200 mil a mais, em oito meses. Já as negativadas chegaram a 44,1 milhões de empresas em agosto, 600 mil a mais que em janeiro deste ano, de acordo com a pesquisa mensal do Serasa.   

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