Supermercados ainda são principal forma de abastecimento das famílias
O setor fechou o ano de 2021 com um saldo positivo de 54 mil lojas
Pedir comida por meio de aplicativos se tornou cada vez mais comum, contudo as famílias ainda preferem ir ao supermercado como a principal forma de abastecimento. Segundo dados divulgados pela pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o setor supermercadista fechou o ano de 2021 com um saldo positivo de 54 mil lojas, chegando a um total de 145 mil estabelecimentos em todo o país.
Durante os anos de 2020 a 2021 , época em que a Covid-19 estava no auge, os supermercados estavam na lista dos 53 serviços considerados essenciais no Brasil. A pesquisa aponta ainda que o setor fechou o ano de 2021 com saldo positivo de 54 mil lojas, o que representa 145 mil estabelecimentos do tipo.
Contudo, para acompanhar a modernidade muitos supermercados adotaram as compras virtuais até como uma alternativa para aumentar as vendas, principalmente durante o período pandêmico. Desde o mini mercado próximo de casa até o hipermercado para as compras do mês, essas opções são as preferidas entre os brasileiros.
Para o supervisor de vendas da Marajoara Laticínios, Matheus de Paula Junqueira, o setor supermercadista é essencial para a indústria alimentícia, porque é o canal de distribuição de seus produtos.
“O varejo, a longo prazo, é um importante formador de opinião em relação a qualquer tipo de marca. Ter um produto vendido em um supermercado, seja ele de rede ou de bairro, traz para o consumidor uma percepção de confiabilidade”, afirma.
Ele reitera ainda que a distribuição para supermercados e hipermercados representa cerca de 90% das vendas da marca. Outro ponto destacado pelo profissional é que a presença de determinados itens em mercados agregam valor ao consumidor final.
Indústrias
Para que os produtos consigam chegar até as gôndolas é necessário que haja entre as indústrias um eficiente serviço de logística. “Ter eficiência logística é uma grande vantagem de competitividade. Somos, inclusive, uma das poucas marcas de laticínios no País que consegue fazer uma entrega em até no máximo dois dias. Isso é importante porque nesse segmento de laticínios há uma variação de preço quase diária, e isso é muito importante, para se ter um espaço maior e uma preferência no ponto de venda”, destaca Junqueira.
O profissional conta ainda que para existir os processos de industrialização dos alimentos é indispensável que os segmentos da indústria e do varejo formem uma cadeia econômica ainda maior e com dinamicidade.
“O leite UHT é de grande importância para o mercado do Brasil. Para se ter uma ideia, em 2020, esse produto representou cerca de 87% do leite comercializado na forma líquida. É um produto que está presente em 90% dos lares brasileiros”.
Impacto do atacarejo nos mercados
A Associação Brasileira de Atacarejos (Abaas) destaca que as lojas que possuem tanto o atacado como varejo, movimentam cerca de 230 bilhões em faturamento anualmente. Outra pesquisa da Nielsen, citada pela Associação Goiana de Supermercados, até o final deste ano poderá representar metade das vendas do varejo voltado para a alimentação no Brasil.
Fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino destaca que “a crise econômica catapultou o formato porque as pessoas passaram a privilegiar o preço e alguns players enxergaram como uma alternativa de expansão e diversificação ou complemento de formatos de lojas. A conversão de hipermercados de baixo desempenho em atacarejo representou um salto de crescimento entre 200% e 300% nas vendas”.
O especialista destaca ainda que não existe uma competição entre supermercados e atacarejos, visto que as compras para abastecimento são realizadas pelo menos uma vez por mês pela maioria das pessoas. E que isso não impacta diretamente em supermercados, principalmente em mercados de bairro.
“Estamos falando de itens de mercearia, produtos básicos, também conhecida como compra abastecedora de baixa frequência. O supermercado é muito bom na variedade, no serviço e na execução de perecíveis”, ressalta Serrentino.
Ele destaca ainda que o maior desafio dos atacarejos é com relação aos formatos. “A expansão do formato no país começa a criar uma concorrência muito grande entre os atacarejos e nem todas as lojas mantêm o mesmo padrão de produtividade, lucratividade e retorno. Encontrar espaços para novas expansões e para crescimento orgânico é um desafio grande no setor e, talvez, em algum momento teremos fusões e aquisições dentro das operações de atacarejo”, conclui.