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sábado, 23 de novembro de 2024
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Arborização

Projeto planta 50 mil mudas típicas do cerrado e 200 mudas de pequi

Goiânia compensa perdas de árvores para construir o BRT

Postado em 22 de novembro de 2022 por Sabrina Vilela

Na próxima terça-feira (29/11), a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) vai realizar o plantio de 200 mudas de pequizeiro no Setor Grajaú. Além dessas, serão plantadas, ainda, com a ajuda da população, 50 mil árvores de espécies típicas do cerrado na capital. Parte das mudas serão distribuídas no Parque Cascavel, Reserva Ambiental Três Marias, Parque Macambira Anicuns, Bosque dos Anjos, Residencial Vale do Araguaia, Residencial Eldorado Oeste e na APP Vargem Bonita.

No último Censo Demográfico (2010), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapeou as taxas de arborização em vias públicas nas cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes. 

Cada vez mais a preservação de áreas verdes dentro dos perímetros urbanos vem ganhando importância. “A arborização das cidades incide diretamente na temperatura sentida pelos habitantes, e a manutenção de matas ciliares e de maiores porções de terra não cimentada ajuda no escoamento das águas, impedindo enchentes”, destacou Ormando José Pires Júnior, Superintendente de Gestão Ambiental e Licenciamento.

Além do nível de arborização, a taxa de área verde por habitante influencia na qualidade de vida, por dar opções de lazer sustentável aos moradores e ajudar na diminuição da poluição e do calor. “Plantamos e incentivamos a população a plantar, porque as árvores são uma responsabilidade de todos, gerando oxigênio, controlando a temperatura da cidade, garantindo a infiltração de água no solo, sombra, e todos os benefícios como moradia para a fauna”, explicou.

Plantio de 200 mudas de pequi 

Nativo do Cerrado brasileiro, a Caryocar brasiliense, nome científico do pequi, deve ser plantada em terreno apropriado e com características particulares para receber seu porte, como locais ensolarados de solos vermelhos e arenosos, com rápida drenagem da água das chuvas. As mudas são resistentes a períodos de seca de até seis meses.

O plantio de pequizeiros foi possível graças ao cultivo de mil mudas, neste ano, pela Amma. Os frutos serão plantados pela prefeitura em parques e Áreas de Preservação Permanente (APP) da capital. “Cultivo é ato de preservação ambiental do nosso Cerrado. Mudas estão robustas, no momento certo de serem plantadas”, observa o presidente da Amma, Luan Alves. Segundo ele, é a primeira vez que a administração municipal produz mudas de pequi. 

“Apesar de Goiás ser considerado a terra do pequi, a capital possui poucos pequizeiros”, observa.  De acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana de Goiânia (PDAU), de 2007, a cidade possuía apenas sete árvores da espécie, por amostragem. Em 2016, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e sancionou a lei que determina o cultivo da espécie de pequi nativa do Cerrado.

“Se vai dar pequi, todos querem, certo? Mas, é importante lembrar que as mudas são novinhas e até começarem a dar frutos levam um tempo de seis a sete anos”, explica o servidor da Amma responsável pela produção das mudas, Lázaro Siqueira. 

 Luan Alves ressalta que a técnica para produção das mudas é difícil, e exige capacidade técnica. “O processo requer técnicas rudimentares, inclusive com o uso de ‘betoneira’ para as escarificações, quando se faz as ranhuras dos caroços de pequi, que precisam ser secados para a produção das mudas”, explica.

“É preciso valorizar esse fruto e garantir que as novas gerações conheçam essa árvore. O pequi é um símbolo do nosso estado, mas quase não conseguimos achar exemplares em locais públicos da capital. A produção e o cultivo, por parte da Amma, podem mudar essa realidade na cidade”, afirma a gerente de Arborização da Amma, Alessandra de Castro.

Arborização urbana melhora clima

Em climas mais quentes, as regiões que possuem muitas árvores acabam tendo uma temperatura menor, pois a umidade contribui para amenizar a temperatura. “As árvores melhoram a umidade de onde elas estão. Uma casa que tem um sombreamento (de uma árvore), mesmo que parcial, vai aquecer bem menos que uma casa que fica exposta o dia inteiro ao sol”, explica o ambientalista e especialista em Planejamento Urbano e Ambiental, Gérson Neto.

O ambientalista explica que os parques urbanos ajudam a melhorar o clima da cidade, porque as folhas das árvores captam energia do sol para transformar essa energia, pela fotossíntese, em alimento. “Por isso, embaixo das árvores acaba existindo um clima mais ameno com uma maior comodidade térmica. Mas, a influência das árvores é restrita a algumas dezenas de metros em torno da sua área, mesmo nos parques”, finaliza.

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