Uso de máscara em escolas públicas continua facultativo
“O uso do item de segurança é facultativo em ambientes abertos e fechados, incluindo as instituições de ensino”, afirma a SME
Na última semana, uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a recomendar o uso das máscaras em aviões e aeroportos. E com o crescente registro do número de casos da Covid-19 em Goiânia, muita gente tem ficado receosa e optado pela volta do uso da máscara para proteção.
Uma das preocupações da população é com as crianças e idosos, que são considerados mais vulneráveis perante o vírus, e por isso, Ludmila Bueno passou a enviar suas filhas para escola usando máscaras. “A gente sempre se preocupa com o bem-estar dos nossos filhos, e como essa doença é invisível, prefiro que as meninas estejam protegidas, principalmente porque não sabemos como é o contato com as outras crianças e professores na escola”, argumenta a autônoma.
Por ter passado maus momentos com sua família lutando contra a COVID-19, a Kamila Souza, enfermeira, viu na linha de frente como o vírus age de diferentes formas. Mesmo tendo ciência que seu filho de 11 anos está com esquema vacinal completo, ela só fica com a consciência tranquila ao saber que ele segue o conselho de utilizar a máscara enquanto está na escola.
“Quem trabalha na área da saúde lidou com muitos casos e diferentes recuperações e sequelas dos pacientes. Vejo que a máscara auxilia demais para evitar a disseminação de todos os vírus e bactérias, e não só a COVID. Mesmo sendo facultativo acredito que a comunidade em geral poderia voltar a usar principalmente neste que é um ambiente com diversas crianças que têm contato com muita gente em suas casas”, explica Kamila.
As máscaras mais comuns, de tecido, são as que oferecem menor proteção, tendo, em média, 40% de eficácia, mas podem ser confeccionadas em tamanhos apropriados para os pequenos, o que facilita o uso. “Como as crianças não são grandes transmissoras da covid-19, podem usar esse tipo de máscara. Entretanto, devem ser ensinadas direitinho a não tocar a máscara nem levar as mãos aos olhos e à boca”, alerta a doutora em genética Patrícia Dalzoto.
Em abril deste ano a Secretaria Municipal de Educação (SME) publicou uma nota técnica com orientações sobre o uso de máscaras em escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) da capital. De acordo com a pasta, neste momento as orientações do documento continuam a valer, e cada responsável pelos alunos devem orientar o enviar as crianças para escola portando ou não da máscara facial de proteção.
“O uso do item de segurança é facultativo em ambientes abertos e fechados, incluindo as instituições de ensino, e recomenda que as máscaras de proteção facial continuem sendo utilizadas pelos integrantes da comunidade escolar que fazem parte dos grupos de risco”, destaca o texto do documento.
De acordo com a nota técnica, as instituições de ensino devem incentivar o uso do item de proteção para estudantes e servidores diagnosticados com doenças respiratórias, como asma e bronquite, e que apresentem sintomas gripais. Indivíduos com diabetes, obesidade e hipertensão também devem ser orientados sobre o uso correto das máscaras.
A nota recomenda, ainda, que o equipamento de segurança seja utilizado por crianças, adolescentes e adultos que tiveram contato com pessoas com sintomas gripais e por todos os servidores e alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com idade igual ou superior a 60 anos. Além disso, a SME reforça a importância da higienização correta das mãos com água e sabão ou álcool 70%, e recomenda a limpeza frequente de ambientes compartilhados pela comunidade escolar, como salas de aulas, quadras poliesportivas e refeitórios.
Para o prefeito Rogério Cruz, as orientações vão contribuir para a manutenção da melhora dos indicadores epidemiológicos de Goiânia. “Desde o início deste mês, Goiânia liberou o uso de máscaras em ambientes abertos e fechados com a recomendação de que o item seja utilizado em casos excepcionais, como em situações de contato com casos suspeitos da doença. Portanto, essas orientações da SME são importantes para que a gestão municipal possa continuar garantindo a segurança de todos”, afirma.