Congresso Nacional já foi palco de dois assassinatos
Primeira caso foi registrado em 1929, no Rio de Janeiro, e acabou na morte do então deputado federal Sousa Filho
Em 196 anos de existência, o Congresso Nacional já teve diversos tipos de confussões e agressõe como troca de ofensas, empurrões, socos e até mesmo cusparadas. Além disso, o Parlamento brasileito também foi palco de trocas de tiro e assassinato.
No dia 8 de junho de 1967, os deputados Nelson Carneiro e Estácio Souto Maior, pai do piloto Nelson Piquet, sacaram suas armas e trocaram tiros na Câmara dos Deputados. A briga foi causada pela presidência da União Interparlamentar, organismo de cooperação internacional entre os congressistas. Carneiro recebeu um tapa de Souto Maior, que revidou mais tarde, em frente a agência do Banco do Brasil, no salão inferior da Câmara. Usando um revólver calibre 38, Nelson Carneiro baleou Estácio Souto Maior, que mesmo atingido, conseguiu revidar o disparo.
Já no dia 14 de dezembro de 1963, o senador Arnon de Mello, pai do atual senador e ex-presidente Fernando Collo, atirou contra o também senador Silvestre Péricles. Na época, aos 67 anos, Péricles deitou-se no chão e conseguiu desviar dos disparos. Um dos tiros acertou o abdome do senador José Kairala, que morreu horas depois no Hospital Distrital de Brasília (atual Hospital de Base). A briga teve inicio por uma rixa regional, já que Collor e Péricles eram alagoanos. Silvestre Péricles era militar, e sempre andava armado, e jurou Arnon de morte. O pai de Fernando Collor reagiu às ameaças, e durante um discurso no Senado, atirou contra Péricles.
Quando a Câmara Federal ainda era sediada no Rio de Janeiro, capital do país, em 1929, uma discussão entre os deputados Sousa Filho e Simões Lopes acabou em morte. No dia 26 de dezembro, Luis, filho de Simões Lopes acabou tomando as dores do pai e partiu para a briga com o deputado rival, que portava um punhal. Durante o confronto, Simões Lopes, que estava armado, acabou sacando a arma e disparando duas vezes contra Sousa Filho, que morreu no local.
Em todos esses casos, os envolvidos foram absolvidos e não responderam criminalmente.
Outros casos
Casos como esses não são exclusividade do Parlamento brasileiro. Na Espanha, no dia 23 de fevereiro de 1981, ocorria a passagem de faixa presidencial. Adolfo Suárez assumiria o lugar de Leopoldo Calvo-Sotelo, se o Parlamento espanhol aprovasse, como previa a Constituição. A sessão acorria normalmente até que um grupo de policiais, comandados pelo tenente-coronel Antonio Tejero, entrou no local e se dirigiu armado à tribuna.
O general Gutiérrez Mellado, na época vice-presidente, reagiu à ação do coronel e foi em direção ao invasor. Após a discussão, Tejero efetuou um disparo. O tiro foi o estopim para que os outros soldados alvejassem o Parlamento, em uma tentativa de golpe. O tentente-coronel Antonio Tejero fez diversos parlamentares reféns, mas se entregou no dia seguinte.
Nos dia 6 e 7 de novembro de 1985, na Colômbia, 35 guerrilheiros do grupo M-19 tomaram a sede da Corte Suprema e do Conselho de Estado colombiano, matando dois seguranças assim que chegaram no edifício.
A invasão foi uma reação ao que o grupo considerou como “falhas do governo” do presidente Belisario Betancur, que pretendia cumprir com os acordos de paz que havia assinado no ano interior. A ação criminosa terminou 28 horas depois e cerca de 100 pessoas foram mortas. Doze eram magistrados, incluindo o presidente da Suprema Corte, Alfonso Reyes Echandía.