“Presidência do PSD Goiás não está em discussão”, diz Vilmar Rocha
Presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, nega qualquer “especulação” sobre o senador Vanderlan Cardoso assumir o comando da legenda no Estado
O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, quase não conseguiu falar por telefone, pois estava em uma reunião, em São Paulo. Contudo, ele negou qualquer “especulação” sobre o senador Vanderlan Cardoso (PSD) assumir o comando da legenda no Estado.
“A presidência do PSD Goiás não está em discussão”, disse durante a curta ligação. Segundo ele, essa conversa só ocorrerá no ano que vem. “Não existe nada nesse sentido, é só especulação”, reforça o ex-deputado federal goiano e um dos fundadores da sigla.
Vale lembrar, em 2021, Vanderlan chegou a dizer que tinha divergências com Vilmar à Rádio Sagres. À época, ele admitiu a possibilidade de assumir a presidência do PSD, o que não se concretizou. Neste fim de ano, as especulações voltaram a circular. Uma fonte ligada a Vilmar, entretanto, acredita que seja mais fácil o congressista deixar o partido. Informações sugerem o PL, partido que fez a maior bancada de federal neste ano.
Divergente
O senador tem sido divergente da sigla em alguns pontos, sendo visto como “distante” por alguns correligionários. O partido fechou com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para reeleição, neste ano, por exemplo. Já o ex-prefeito de Senador Canedo optou por apoiar o candidato de Bolsonaro (PL) em Goiás, o deputado federal Major Vitor Hugo (PL).
A insatisfação do senador, que foi apoiado pelo governador na disputa pela prefeitura de Goiânia, em 2020, teve início com a aliança governista com o MDB e com o anúncio de Daniel Vilela como vice. Caiado oficializou o nome do filho de Maguito Vilela muito tempo antes das convenções, em setembro de 2021.
“Maguito Vilela deixou sucessor e vai continuar na política do estado de Goiás com a dignidade que merece com esse jovem que será vice-governador do estado de Goiás na eleição de 2022”, disse o governador, à época. Depois disso, ainda no ano passado, Vanderlan chegou a declarar publicamente o descontentamento com a escolha.
Vilmar afirmou, então, que respeitava o correligionário, mas que esta não era a posição do partido. “É natural que o partido democrático todos os seus membros tenham a liberdade de expressar suas opiniões e vemos isso com naturalidade. Agora, não é a posição do partido”, afirmou o presidente do PSD ao Diário de Goiás, naquele momento.
Relações
Outro ponto que precisa se levar em conta é que para o PSD, em Goiás, a troca não seria interessante. Pelo histórico, Vilmar tem proximidade e prestígio com Caiado. Vanderlan, como mencionado, rompeu com o gestor para apoiar Vitor Hugo. Isso, claro, não foi visto com bons olhos pelos governistas.
Além disso, vale citar, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, segue próximo de Vilmar. Na quarta-feira (30/11), eles jantaram juntos em São Paulo – na casa do líder nacional. E o goiano, como revelou rapidamente ao O Hoje, segue na capital paulista.
Nacionalmente
O PSD também tem buscado uma proximidade maior com o ex-presidente e presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido indicou para o grupo de transição da saúde Ismael Alexandrino, ex-secretário de Saúde de Caiado e deputado federal eleito.
Enquanto isso, Vanderlan foi um dos senadores goianos, junto com Luiz do Carmo (PSC), que não assinou a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição. Somente Jorge Kajuru (Podemos) colocou o nome na medida.
A PEC serve para cumprir promessas de campanha de Lula, mas fura o teto de gastos. Entre as demandas, está a manutenção do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, em R$ 600,00. No orçamento previsto para o ano que vem, o benefício foi incluído com cerca de R$ 200,00 a menos.