Neuralink começará testes de chips cerebrais em humanos já em 2023
O dispositivo tem como objetivo ajudar pessoas com paralisia ou doenças do neurônio motor a se locomoverem
Em um evento online da Neuralink realizado em novembro, o CEO Elon Musk informou que a empresa devera implantar, em um ser humano, seu primeiro chip cerebral em menos de seis meses.
O chip, do tamanho de uma moeda, ainda está em fase de testes. Caso dê certo, ele terá como objetivo ajudar pessoas com paralisia ou doenças do neurônio motor a se locomoverem, além de realizar uma interação fácil e direta entre cérebro e computador.
Segundo o bilionário, parte dos documentos necessários para dar inicio aos testes já foram entregues à Food and Drug Administration, agência norte-americana que regula atividades que envolvam saúde pública.
Elon Musk também apresentou os progressos dos testes realizados em porcos e macacos. Os porcos receberam eletrodos na medula espinhal, para estabelecer uma comunicação entre os dois dispositivos.
Com isso, o chip conseguiu realizar a leitura dos comandos cerebrais e enviar eletrodos, que possibilitaram o controle de diferentes movimentos das pernas do animal. Os eletrodos também fizeram o caminho inverso: entenderam sinais sensoriais na extremidade das patas e os enviou para o cérebro.
Nos macacos, o chip foi implantado com uma câmera acoplada no córtex visual. Ele capturou e armazenou flashes visuais que o animal interpretou como se estivesse em locais diferentes.
Já em outros testes, os macacos jogaram o tradicional jogo de videogame Pong, e foram capazes de digitar em um teclado virtual sob o comando do cérebro, sem usar as mãos.
Chips mais potentes
O chip de primeira geração, batizado de N1, utiliza 1.024 eletrodos, mas a Neuralink exibiu modelos da próxima geração, que deverão ter mais de 16 mil eletrodos. Esse aumento pretende melhorar a performance.
“Se você colocar um dispositivo em ambos os lados do córtex visual, isso lhe daria 32 mil pontos de luz para criar uma imagem em alguém cego, por exemplo”, disse o pesquisador Dan Adams. Ele é um dos responsáveis por desenvolver a tecnologia que embala os dados da câmera em um formato compatível com o cérebro e os canaliza diretamente para o córtex visual.