Cirurgia estética com quebra de ossos está cada vez mais popular entre homens
Homens estão passando por cirurgia arriscada para ganhar alguns centímetros de altura
O procedimento conhecido como “alongamento de fêmur” consiste em ter os ossos das pernas quebrados com o intuito de ganhar alguns centímetros extras. Especialistas alertam que é uma cirurgia complexa, de alto risco, cara e com longo processo de recuperação.
Na China, a operação tem sido muito popular entre as mulheres. Já no Ocidente, principalmente em países como os Estados Unidos, Reino Unido e Espanha, os maiores interessados são os homens. A pressão social e algumas inseguranças são gatilhos que os levam a recorrer à cirurgia.
Para realizar o sonho de ganhar altura, os homens estão desembolsando cerca de US$ 70 mil (aproximadamente R$ 370 mil).
Sam, um britânico de 30 anos que se submeteu ao alongamento de fêmur, afirmou que sua maior insegurança era não encontrar uma esposa, pois mulheres não costumam namorar homens mais baixos. Ele ganhou 8 centímetros em poucos meses, passando de 1,62 metros para 1,70 metros.
Além disso, Sam sempre relacionou estatura com sucesso profissional. De acordo com a revista Forbes, a altura média das 500 pessoas mais ricas do mundo é de 1,82 metros. A Associação Americana de Cirurgiões Plásticos afirma que as cirurgias plásticas em homens aumentaram 30% em relação à década anterior. A busca foi ainda mais intensa na pandemia, pois os homens poderiam passar pelo processo de recuperação em casa.
A Técnica e os Riscos
A técnica consiste em quebrar o osso, mas sem prejudicar o periósteo, separando-o um pouco e esperando que o próprio osso se encarregue de ocupar o espaço que ficou no meio. É assim que se ganha os centímetros.
Cirurgiões explicam que primeiro é feito um furo nos ossos da perna, que depois são divididos em dois. Em seguida, uma haste de metal é colocada cirurgicamente no osso e mantida no lugar por parafusos.
“É uma operação dolorosa, que implica em um longo processo de recuperação porque uma parte do osso é mole, então você deve esperar para andar até que esse osso possa suportar o peso do corpo novamente”, disse o cirurgião Kevin Debiparshad em entrevista à BBC.
Debiparshad chega a realizar até 50 cirurgias desse tipo por mês em seu consultório em Las Vegas, chamado LimbplastX Institute.
Este é um procedimento exclusivo para fins estéticos. Especialistas chamam a atenção para possíveis complicações, desde danos nos nervos e embolias arteriais até a possibilidade de os ossos não se fundirem novamente.
Além dos danos físicos, os riscos psicológicos não devem ser ignorados, pois alguns desses pacientes podem apresentar dismorfia corporal.
“Na minha primeira consulta, o médico deixou bem claro para mim o quão difícil seria a cirurgia. Eu estava preocupado com o que poderia fazer depois de ter aqueles centímetros a mais. Ainda vou conseguir andar? Ainda vou conseguir correr?” disse Sam.
Sam precisou de várias sessões de fisioterapia durante seis meses.
“Foi uma experiência muito humilhante. É meio louco… É como ganhar pernas novas e aprender a andar de novo. Parece só uma cirurgia plástica, mas afetou muito mais a minha saúde mental”, diz.
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