Drenagem urbana insuficiente é problema constante na Grande Goiânia
25 milímetros de chuva em menos de uma hora é suficiente para causar alagamento
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, diz que nos últimos dez anos houve um aumento na intensidade das chuvas. Devido a isso, as chuvas vêm acompanhadas de destruição por conta da falta de drenagem em alguns locais.
“Hoje, 25 milímetros de chuva em menos de uma hora é suficiente para causar alagamento e enchentes na zona urbana, devido a quantidade de asfalto, resíduos sólidos, e até drenagem insuficiente. Todos esses fatores levam a diversos alagamentos, enchentes, proliferação de doenças, erosão do solo e vários outros problemas que podem levar a tragédias”, destaca.
Ele ressalta ainda que a previsão para esta semana é de uma frente fria com pancadas de chuva. “Até o final de semana a expectativa é de que as chuvas começam a ser constantes. Isso é provocado por uma zona de convergência que faz com que chova vários dias em uma mesma região”, explica.
Por isso, a atenção neste período deve ser redobrada principalmente em áreas consideradas de risco. Ainda sobre o volume de chuvas durante o mês de dezembro, André Amorim destaca que o volume está acima do esperado. “Em especial da região Centro-Norte do Estado, na região Sudoeste ainda está fraca. Esse é o famoso fenômeno La Ninã, que provoca chuvas irregulares em alguns pontos de Goiás e tempestades em outras cidades”. As previsões apontam que o Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás têm mais probabilidade de sofrerem com o impacto das chuvas volumosas.
Urbanização
Com a urbanização os problemas têm se tornado mais recorrentes. Engenheiro da Plano Urbano e responsável pelo bairro planejado Reserva do Vale, em Valparaíso de Goiás, Marcos Franco destaca que para evitar maiores problemas é necessário ter planejamento. “O primeiro passo, quando iniciamos o projeto, foi pensar em tecnologias e técnicas que favorecem uma urbanização sustentável, que resolvam os problemas de forma geral. Para que daqui 10 ou 15 anos, não tenhamos esses problemas, causados por falta de planejamento e drenagem urbana bem estruturada”, ressalta.
Franco afirma ainda que algumas medidas já são tomadas no bairro planejado Reserva do Vale, na qual receberá um projeto de drenagem. Para isso algumas medidas foram tomadas como o replantio de 20 mil mudas para recompor as margens do córrego Maurício e Manoel.
“Quando o córrego recebe a capacidade correta de água pluviais, as matas não são danificadas, mas, a partir do momento que a quantidade de água aumenta mais do que a capacidade, as matas pluviais sofrem degradação e erosão. Por isso, é necessário ter um dimensionamento adequado do volume de água que o córrego pode receber”, explicou.
O projeto prevê dois milhões de metros quadrados e cerca de 500.000 mil metros quadrados de área verde, fora a Área de Preservação Permanente (APP) de 600 metros quadrados que também faz parte do bairro. “Toda essa mata nativa além de ser uma barreira de segurança natural é um pulmão verde e espaço de contemplação ao mesmo tempo. Sem falar que as árvores também amenizam a temperatura e são terapêuticas”.