Ana Moser declara que ministério dos esportes não investirá em eSports
Pelo menos 74% dos brasileiros jogam algum jogo digital
O eSports é o termo usado em referência para esportes eletrônicos e tem se tornado mais popular a cada dia. Contudo, a ministra dos esportes, Ana Moser afirmou que o ministério não irá investir nessa modalidade por não considerar um esporte.
A atual ministra e ex-atleta de vôlei ainda relembrou que já lutou contra leis que fazia essa correlação, de acordo com entrevista cedida ao UOL. “Eu na minha vida pregressa, à frente da Atletas pelo Brasil [organização que luta por leis e políticas públicas voltadas para esportistas], fiz uma ação muito forte junto ao legislativo para o texto da lei geral não ser aberto o suficiente para ter o encaixe dos esportes eletrônicos. O texto está lá protegendo o esporte raiz. A definição de esporte tinha sido dado uma abertura que poderia incluir esporte eletrônico, e a gente fechou essa definição para não correr esse risco”.
Ela justificou a opinião alegando que o eSports se encaixa mais como um entretenimento do que realmente um esporte.
“Se você se diverte jogando video game, você se divertiu. O atleta do eSports treina, mas a Ivete Sangalo também treina para dar um show e ela não é atleta, ela é uma artista que trabalha com entretenimento”.
Ela ainda complementou dizendo que não tem como comparar esportes com eSports visto que “o jogo eletrônico não é imprevisível, ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, diferente do esporte”.
As falas da ministra deu o que falar nas redes sociais, principalmente entre os praticantes de eSports. Confira algumas publicações no Twitter sobre o assunto:
Mercado do eSports
No ano de 2021 o mercado dos jogos eletrônicos movimentou cerca de US$2,3 bilhões na economia do Brasil. Pelo menos 74% dos brasileiros jogam algum jogo digital, segundo levantamento da Newzoo.
Contudo, tanto em Goiás como no país como um todo o eSports ainda caminha em passos lentos. A modalidade ainda não é regulamentada, por isso existe o Projeto de Lei do Senado 383/2017, de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB/MA).
O PL define como esporte as “atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracteriza a competição de dois ou mais participantes, no sistema de ascenso e descenso misto de competição, com utilização do round-robin tournament systems, o knockout systems, ou outra tecnologia similar e com a mesma finalidade”.
O PL é de 2017, mas no ano de 2019 foi alvo de crítica por parte da comunidade gamer. Muitos alegaram na época que não foram consultados e que partes descritas no texto poderiam prejudicar a atividade profissional.
Apesar das discrepâncias entre as partes, a regulamentação permite que pessoas atuantes da área tenham acesso ao Bolsa Atleta, por exemplo.
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