Maguito Vilela é o norte para quem quer poder na política de Aparecida
Ex-prefeito implantou mudanças que dão aula na cidade vizinha à capital
O município de Aparecida de Goiânia, segunda mais importante cidade do Estado, limítrofe com a capital, tem a história político-administrativa dividida entre antes e depois de Maguito Vilela. No mapa de cidades dormitórios, sem indústria, bairros ligados apenas por vias sem asfalto, Maguito se elegeu prefeito de Aparecida pela primeira vez em 2008, se reelegendo em 2012.
O que vem depois é o batismo do então vereador e aliado Gustavo Mendanha ao posto de prefeito. A parceria deu certo e Mendanha foi eleito em 2016. Em 2020, no auge da infecção do novo coronavírus, até o marketing da campanha de reeleição de Mendanha era casado com a candidatura de Vilela à prefeitura de Goiânia.
Mendanha teve uma vitória histórica. Obteve 95% dos votos válidos ainda no primeiro turno. Enquanto isso, Maguito ia ao segundo turno numa disputa com o senador Vanderlan Cardoso. Dias depois de vencer o pleito, e tomar posse no leito hospitalar, Maguito não resistiu às consequências da Covid-19 e morreu em São Paulo.
Dois anos se passaram desde o luto da perda do principal aliado considerado cacique da política goiana, Mendanha deixou a prefeitura para concorrer ao governo de Goiás contra a reeleição de Ronaldo Caiado (UB) que teve na vice Daniel Vilela, filho de Maguito. Essa cisão de grupo político gerou grande embaralhamento no processo de herança política de Maguito em Aparecida.
Ficou no ar como o filho, que carrega o Vilela no sobrenome, poderia tomar posse da herdade do pai, que é considerado um revolucionário da geografia e geopolítica aparecidenses.
Com a ida de Mendanha para o embate político pela Casa Verde, surgiu em Aparecida o gestor Vilmar Mariano, o Vilmarzinho. Ex-vereador, chegou a presidir a Câmara Municipal. Embora considerado cabeça-dura – pelo que conhece da política local -, Vilmarzinho é uma força inconteste no cenário que se avizinha de eleições municipais.
Vilmar também reconhece Maguito Vilela como a chave do progresso que a cidade à beira de Goiânia teve nos últimos anos. A abertura de empresas, indústrias, comércios e cada vez mais chamativa para condomínios verticais e horizontais, Vilmar tem às mãos R$1 bilhão para investimentos. O prefeito já disse e repetiu que quer asfaltar a cidade toda.
O projeto continua imprimindo o jeito Maguito Vilela de descortinar os atos administrativos, como o fez Gustavo Mendanha. E, como parte essencial do cerne político do gestor aparecidense, ressaltar o teor pedagógico de Vilela: a organização dos cronogramas de obras com a estratégia de comunicação. Com a morte de Maguito, cada obra inaugurada é uma homenagem ao ex-prefeito.
Por isso um busto de Maguito Vilela tem previsão de ser instalado na Praça da Cidade Administrativa que leva o nome do político. Vai ser o segundo inaugurado em Goiás. Um, com o rosto de Vilela já foi inaugurado no Palácio Maguito Vilela, sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Homenagear o histórico emedebista tem um caráter de evocar a boa sorte da trajetória política de Maguito: de vereador de Jataí a governador de Goiás. Depois retornou à vida eleitoral na disputa vitoriosa pela prefeitura de Aparecida.
E, com esse afã, os atores da vida de Maguito dados à política também querem algum desfrute. É o caso do próprio Vilmarzinho, quase certo candidato à reeleição. É sabido que já existem olhos grandes na cidade, de olho em um mandato como prefeito. A pergunta que fica é: qual a dimensão eleitoral da influência de Maguito no cenário eleitoral aparecidense?
Diz-se que grande. Afinal, o traquejo, a elegância, a influência com todo mundo, quem tinha era Maguito. Ele, por sua vez, trouxe notoriedade para a cidade e praticidade para quem quisesse fazer negócio em solo aparecidense.
Quem conseguir repetir o sucesso, como foi feito por Mendanha e tem sido feito por Vilmarzinho, terá grande sorte. Aparecida tem um eleitorado disperso quanto à forma de se fazer política, mas tem consciência das melhorias que veem aqui ou ali, num parque, numa avenida ou na construção de um Cmei ou Ciams.