Apesar dos adversários, Pacheco deve ter tranquilidade na corrida pelo Senado
Múltiplas candidaturas beneficiam o Pacheco, que já líder da Casa Alta
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) mantém a candidatura dele ao Senado, que deve ter três nomes na disputa: além dele, Rogério Marinho (PL-RN), que ainda não assumiu, e o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). As múltiplas candidaturas beneficiam o mineiro, que já líder da Casa Alta.
Mas Girão defende seu nome. “Senado precisa servir a sociedade e não a projetos de poder de ninguém. Sou candidato a presidente para resgatar independência e credibilidade da Casa com análise de impeachment de ministros do STF, transparência com o seu dinheiro e volta da livre opinião no Brasil”, escreveu nas redes sociais.
Em relação a vantagem de Pacheco, o cientista político Robert Bonifácio explica que com a divisão da oposição, os votos dos insatisfeitos não se concentram. “Quem não vota em Pacheco, terá duas opções. Assim, não se amadurece uma candidatura com reais chances, uma vez que o presidente está forte.”
Para ele, contudo, o atual comandante da Casa está tranquilo. “As estimativas apontam uma vitória folgada. Independente da quantidade de opositores, a candidatura não está ameaçada. Primeiro, ele conquistou a confiança dos pares ao longo da presidência. Segundo, pela proximidade com o atual governo.”
Robert aponta que, ao mesmo tempo que Rodrigo mostra algum grau de independência com o Executivo Federal, também tem proximidade. Além disso, ele afirma que os oponentes não são moderados. “E a maioria é ‘centrão’. E o ‘centrão’ vai aonde está o poder.”
Também cientista político, Marcos Marinho diz que ser muito difícil tirar o “prêmio” do senador mineiro. “Tem boa relação com a base bolsonarista e está tranquilo com a base de Lula (PT).” Sobre Girão, ele avalia, inclusive, não ver potência política do parlamentar para incomodar o atual presidente.
Goianos
Entre os goianos, Pacheco é o favorito. Os senadores Jorge Kajuru (PSB) e Vanderlan Cardoso (PSD) votarão no mineiro.
“Por estar em seu primeiro mandato como presidente, Rodrigo Pacheco tem a prerrogativa de ir para a reeleição. Caso decida participar da disputa, o PSD deve apoiar sua candidatura por unanimidade, e votarei junto com o partido”, declarou ao jornal”, declarou Vanderlan, recentemente, ao portal.
Kajuru, por sua vez, assumiu o compromisso de votar em Rodrigo Pacheco há meses. Mais do que isso, ele é o coordenador da campanha do mineiro para a presidência do Senado. Desta forma, ele deixa claro que, apesar da amizade por Girão – que é do mesmo partido –, ele estará com o atual presidente.
“O Girão é meu irmão. Sou amigo do seio da família. Mas tenho palavra e dei minha palavra há 2 meses e meio para o Pacheco e ele me escolheu para ser o coordenador da campanha”, disse e emendou: “Então, como é que eu faço? Estou coordenando a campanha. Dei minha palavra. Como vou mudar para o Girão? Quero que seja feliz, mas voto não tem jeito.”
O Hoje não tem conseguido contato com Wilder Morais (PL). Ele foi eleito no ano passado e assumirá em fevereiro, podendo votar no candidato à presidência. Pela proximidade com Bolsonaro (PL), ele deverá ir em Marinho, ex-ministro.