O que presidente Lula disse a Caiado em reunião
Petista, dentre outras coisas, agradeceu Caiado por ter atuado contrário aos terroristas do dia 8 de janeiro
Antagônicos, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram durante a manhã da última sexta-feira (27), em Brasília, conforme planejado pelo governo federal no início de janeiro. Os 27 governadores foram convidados pelo presidente para estreitar as relações entre os representantes dos entes federativos e o governo federal.
Na ocasião, Lula ouviu demandas dos governadores. Cada um pôde fazer três solicitações ao presidente. Caiado aproveitou a oportunidade para pedir a construção do Hospital estadual de câncer de Barretos; a melhoria do transporte público entre Goiás e o Distrito Federal; e a agricultura familiar de frutas no Vão do Paranã.
“Goiás hoje perde mais de 5,5 bilhões de reais por ano e se não houver alguma medida, não apenas Goiás, mas os outros estados podem perder as condições de fazer os investimentos adequados, inclusive em saúde, educação e segurança”, discursou Caiado.
O governador também usou o tempo para comentar os tenebrosos atos de terrorismo em Brasília. “Tenho uma vida na política, onde jamais transigi nos princípios da defesa da democracia. Está acima de qualquer diferença, de qualquer tendência ideológica. Sou um homem do debate firme, mas respeito o resultado das urnas e jamais insurgi contra os poderes do país”.
De maneira taxativa: “É uma característica minha e não abro mão. O que aconteceu em 8 de janeiro foram atos de barbárie, inadmissíveis. O país não pode ficar à mercê de uma pequena parcela de pessoas, que se julga no direito de contestar o resultado da eleição, porque o resultado não agradou a eles.”
Com o término da fala de Caiado, Lula da Silva pegou o microfone e agradeceu o governador pela atuação logo após o terrorismo em Brasília. Caiado determinou a apreensão de ônibus de golpistas e colocou a Polícia Civil à disposição para identificar bolsonaristas. Vale lembrar que, sempre oposição às gestões petistas, Caiado apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro.
Por questões de saúde, Caiado não compareceu à reunião de emergência depois dos atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), insatisfeitos com o resultado das eleições. O vice-governador Daniel Vilela (MDB) foi à reunião convocada.
Conselho
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a criação do Conselho da Federação, formado pelos governadores e o presidente Lula.
De acordo com o ministro, o conselho terá a missão de tratar agendas comuns entre o governo, o estado e também municípios.
“Será instalado conselho permanente da federação como instrumento único e inovador para discutir agendas comuns, para construir conjunto de ações, como de combate à fome, desafios do acesso à saúde, recuperação de aprendizagem, de estruturas de proteção ambiental e ambiente econômico seguro, com previsibilidade para quem quiser investir no país, e conduzir reposicionamento do país no mundo”, afirmou o ministro.