Estudo sobre fauna silvestre goiana conta com mais de 70 câmeras para monitoramento
Projeto recebeu o nome de “Bandeiras no Corredor”
Um grupo de biólogos e pesquisadores iniciou um projeto que visa, sobretudo, fazer um levantamento das espécies de mamíferos e o tamanho da população de tamanduás-bandeiras, em uma área que abrange cinco municípios goianos: Caldas Novas, Rio Quente, Marzagão, Água Limpa e Corumbaíba. O estudo, iniciado em janeiro deste ano, será feito por meio da análise das imagens capturadas pelas câmeras instaladas ao longo da área a ser analisada.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), já foram instaladas 60 câmeras pelo percurso onde a pesquisa será realizada: vai do Parque Estadual Serra de Caldas Novas (Pescan) até o Parque Estadual da Mata Atlântica (Pema). Ainda de acordo com a Semad, mais 16 câmeras serão instaladas, em março.
A coleta das imagens feitas por estes equipamentos de monitoramento da área terminará em fevereiro de 2024. Depois dessa primeira fase, será produzido o primeiro relatório acerca da população de tamanduás-bandeiras da região. A secretária estadual do Meio Ambiente, Andreá Vulcanis, declarou em nota que: “com o estudo, será possível avaliar como os animais se relacionam com ‘cicatrizes’ do fogo, ou seja: como eles vivem e se reproduzem em ambientes onde já houve queimadas”.
Nesta primeira etapa do estudo, os pesquisadores contarão com um orçamento de R$ 250 mil. Esta pesquisa acontecerá em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), as organizações da sociedade civil de interesse público Aliança da Terra e o Fundo Nacional da Biodiversidade. Os recursos para o projeto virão de investimentos estrangeiros, por meio de programas de auxílio à gestão de áreas protegidas.
Saiba mais sobre o projeto “Bandeiras no Corredor“
A doutora Alessandra Bertassoni e o doutor Paulo de Marco Júnior, ambos da UFG, são os coordenadores da pesquisa. Outros quatro profissionais estão envolvidos diretamente com o projeto: Maurício Tambellini e Paula Tambellini (pesquisadores associados da Semad); Filipe Guimarães Lima (doutorando da UFG) e Caroline Corrêa Nóbrega (doutora representante da Aliança da Terra). Para além dessas 6 pessoas, outras 30 têm envolvimento indireto com o estudo.
Segundo a bióloga Alessandra Bertassoni, este projeto é pioneiro no monitoramento da fauna silvestre, visto que há um método sistemático de coleta de dados e a área de estudo é extensa. Para a profissional, as expectativas quanto aos resultados do estudo são grandes.
“Temos expectativas de conhecer quais são as espécies de mamíferos mais comuns e as mais raras que habitam a região. Com esses dados poderemos verificar quais são as paisagens (urbano, rural, cerrado, mata de galeria, área queimada, etc) que favorecem a presença de determinadas espécies e, então, traçar planos de conservação baseados em evidência científica”, afirmou Alessandra.