Fortes chuvas continuam causando transtornos e alagamentos em Goiânia
INMET classificou o estado em alerta laranja e pede atenção para as pessoas a fim de evitar acidentes
Um cenário que tem se repetido semana após semana do verão em Goiânia tem quase sempre os mesmos lugares. Os transtornos causados pelas fortes chuvas que atingem a cidade desde dezembro não tem uma única causa e nem podem ser atribuídos apenas à meteorologia.
Somente na capital, são 99 pontos de alagamentos registrados pela Defesa Civil. No Parque Amazonas, por conta da baixa altitude do bairro, são cinco pontos de extrema atenção dos órgãos de proteção. A proximidade com o Córrego Serrinha e setores que estão em regiões mais altas, como o Jardim das Esmeraldas, faz com que a água da enxurrada desça pela Avenida Feira de Santana com bastante força.
Outros pontos que os motoristas e pedestres devem redobrar a atenção é no entorno da Perimetral Norte e BR-153, nas proximidades do shopping Passeio das Águas.
O setor Bueno também é recheado de pontos de alagamento. Com cinco pontos críticos, o trânsito na região fica prejudicado. Nas proximidades do Parque Vaca Brava, a situação é sempre mais complicada. Em dias de chuvas como as do final de semana, o córrego pode não suportar o volume de água e transbordar. Nas avenidas T-8, T-9 e T-10, as condições são mais críticas.
Transtornos
A artista Gleyde Lopes que estava indo trabalhar, reclama que ficou mais de uma hora em um abrigo esperando a chuva passar, e mesmo abrigada, a medida que a chuva ficava mais forte e a rua ficou mais alagada, os carros começaram a molhá-la e não tinha mais como se proteger da água lançada pelos veículos.
“Não tem como resolver as coisas do dia, a roupa fica molhada e o problema vem da rua da água lançada pelos veículos”, afirma a artista.
Vários pontos na cidade, em que já são conhecidos pelos habitantes como pontos de alagamento, novamente foram cobertos pela água, como o viaduto da Avenida H, próximo ao Flamboyant.
O morador da região do Jardim Goiás, Fernando Pereira, 38, se mostrou indignado com o problema. “Moro na região desde quando era criança e é um problema que vejo desde a infância, não é possível que a administração não tenha interesse em resolver o problema deste viaduto, é perigoso, é feio para a prefeitura. mais de 30 anos que isso acontece em toda chuva e o problema nunca foi resolvido”, desabafa Fernando.
No Setor Santa Genoveva, as principais avenidas também ficaram alagadas e motoqueiros que passavam pelo local acabaram arrastados pela força da água.
Defesa Civil
A Defesa Civil de Goiânia informou que visitou vários pontos catalogados que receberam as precipitações, mas não houve registros de ocorrências graves, no entanto, os canais estão ativos durante o tempo que necessitar para receber qualquer chamado.
Quedas de energia
A Equatorial, concessionária responsável pela distribuição de energia na capital, não soube informar os bairros nem quantos chamados foram feitos na cidade em relação à falta de energia ocasionada pelas fortes chuvas. Até o fechamento desta, continuamos aguardando uma resposta.
Previsão do tempo
A previsão do tempo para Goiânia é de chuva forte até o final da semana para a capital. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Goiânia está classificada com o alerta laranja desde a madrugada de ontem. Isso significa que podem ocorrer chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), as chuvas desta quinta-feira (9), são mudanças repentinas nas condições do tempo, são as chamadas chuvas típicas de verão e devem ocorrer nas próximas semanas com muita intensidade.
Ainda segundo os dados do Cimehgo, através da Sala de Situação de Monitoramento de Riscos e Desastres Naturais, a região norte de Goiânia teve a maior incidência de chuvas, justificando o alto volume de água percebida pelos moradores e motoristas que trafegavam pelo local.
Precipitações ocorridas no dia 9/2
- Goiânia região leste (autódromo): 27,6 mm
- Goiânia região norte (São Judas Tadeu) 30,0mm
- Goiânia região norte (Sta. Genoveva) 60,4mm
- Goiânia região Noroeste (Pompeia): 30,4mm
- Goiânia região Noroeste (Perim): 37,0mm
- Goiânia região Noroeste (Jardim Curitiba): 21,2mm
- Goiânia região Noroeste (aeródromo): 21,0mm
Goiânia tem dois pontos de deslizamentos
Na região Norte da cidade, o maior desafio da gestão é lidar com um dos pontos de deslizamentos existentes na capital. A rua da Alegria, no Setor Perim, que cruza duas vielas, é uma das regiões que podem ocorrer deslizamentos de terras. Outros oito setores podem registrar alagamentos ou inundações.
O segundo ponto de deslizamento de terra na Capital fica no Setor Novo Mundo 2, na Avenida Lincoln. Na região leste, são 8 pontos de cautela para a Defesa Civil, especialmente nos setores próximos ao Rio Meia Ponte, Córrego Ladeira e Córrego Barreiro.
Perigos
O alagamento de ruas e as enxurradas podem provocar acidentes fatais como o que vitimou o motociclista Warley Melo Adorno, 22. Ele estava desaparecido desde a tarde desta segunda-feira (30), após uma forte tempestade na cidade. O corpo dele foi encontrado depois de ser levado pela enxurrada na Avenida C-107, próximo da ponte do Córrego Cascavel. A região, está entre os pontos de alerta do órgão sobre possíveis alagamentos, inundações e enxurradas.
O corpo da vítima foi encontrado perto da Avenida Padre Wendel, na Vila Abajá, em Goiânia.O local fica a cerca de 4 quilômetros abaixo do local em que Warley foi arrastado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o Córrego Cascavel transbordou no momento da forte chuva. A moto do homem foi achada perto do guard rail da ponte.
As instruções são para que em caso de rajadas de vento as pessoas não se abriguem debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.
Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia. Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).