Goiânia recebe terceira edição do Café Fest
A partir de quinta-feira, 16 cafeterias disputam pelo paladar do goianiense e celebram a segunda bebida mais consumida no mundo
No mês em que é comemorado o Dia Mundial do Café – especificamente, em 14 de abril –, Goiânia recebe, entre os dias seis e 16, a terceira edição do Café Fest. O evento conta com a participação de 20 empresas especialistas no grão, desde cafeterias até torrefações, e inclui palestras, oficinas, cursos e workshops voltados à temática, além de exposições e degustação da bebida.
O evento tem como tema “Paladar Consciente” e surge da parceria entre a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO) e o Sindicato de Bares e Restaurantes do Município de Goiânia (Sindbares Goiânia). Além disso, estão previstas duas etapas do festival, que contemplam o público consumidor de café e profissionais da área.
O festival
No primeiro momento, a partir do dia seis, começa a ‘Rota de Café em Café’: ao todo, 16 cafeterias de Goiânia criarão pratos que usam o grão como ingrediente, bebida ou acompanhamento. Portanto, o cenário da primeira etapa se dá no circuito de estabelecimentos participantes e a cafeteria que obtiver a melhor avaliação dos clientes, por meio de formulário, receberá um quadro de menção honrosa.
O circuito contempla cafeterias e pratos em todo o município. Entre os estabelecimentos participantes, estão o Estação 14, Estação 14 Escola de Barista, Café Cariño, Luiz Café Conceito, Café Garoa, Ailha – Café e Aconchego, Bendita Madre Gastronomia, Ópera Café Bistrô, Casa Baru, Subverso Coffee, Rensga Café, Popcorn Gourmet Café e Bistrô Coffee, Not Black Coffee, Elegia Café, O Pão de Mel da Jú e Caffè Sospeso.
Já a segunda etapa do Café Fest, que terá como sede o Shopping Cerrado, ocorre entre 14 e 16 de abril e é possível comprar o ingresso único – de R$25 – ou garantir os três dias de evento, com o passaporte all day – no valor de R$45 –, pelo site do Sympla. Nestas datas, serão realizadas palestras, cursos, oficinas, degustações, bem como a apresentação de cantores.
Nomes como Isabela Raposeiras, do Coffee Lab SP, e Mariana Proença, jornalista e especialista em café, figuram como palestrantes do festival. Ademais, cinco fazendas produtoras de grãos especiais confirmaram presença no Café Fest, como expositoras de produtos.
Pablo Jaime, barista, idealizador e organizador do Café Fest, espera que entre três a cinco mil visitantes compareçam ao evento. “Nosso festival busca dar acesso ao consumidor ao café especial, para que a pessoa possa perceber que eles existem e são acessíveis”, ressalta.
Cafés especiais
De acordo com Jaime, a nível nacional e internacional, existem protocolos que comprovam a qualidade da bebida, sendo os principais: cafés superiores, gourmet, tradicionais, e especiais. Sobre as duas últimas classificações, ele explica: a categoria ‘tradicional’ refere-se a todo e qualquer café de qualidade inferior e o termo ‘especial’, aos de maior qualidade”.
O barista orienta que, ao classificar o grão utilizado para o preparo da bebida, é considerada a quantidade de “defeitos”, então “quanto mais impurezas vêm junto do café, menos atributo sensorial, sabor e aroma ele tem”. Conforme Jaime, os cafés tradicionais – comumente encontrados em mercados – podem conter até 60% de impurezas no seu volume.
Nesse aspecto, “o café especial acaba se diferenciando por ser livre de impurezas e defeitos e, consequentemente, apresenta maior qualidade”. O idealizador do Café Fest ainda ressalta que o consumo de grãos especiais são mais “confortáveis” para a digestão.
No entanto, ele também chama a atenção para a importância da garantia de qualidade e acessibilidade do produto. “Nós defendemos que o café do dia a dia é qualquer café, desde que o consumidor tenha esclarecido o que ele está comprando e consumindo. O que defendemos é que seja um café livre de impurezas, defeitos e que possa promover saúde e bem-estar para o cotidiano das pessoas”, salienta.
Combinações
Ainda segundo Jaime, o café pode ser classificado como uma das bebidas de maior complexidade de aroma e sabor do mundo – inclusive, à frente do vinho, da cerveja e outras bebidas aromáticas. Logo, além da xícara que acompanha o desjejum do goianiense, o grão especial pode harmonizar diversos alimentos salgados e drinques com frutas cítricas.
“A indústria mascara esses defeitos e queima o café em uma torra extremamente inapropriada para consumo, o que vai gerar a coloração que o consumidor acaba conhecendo”, estabelece o barista. Então, “diferente do café tradicional – que tem o amargor –, o café especial – por essa riqueza da própria fruta – harmoniza muito bem com coisas cítricas, salgadas, panificação, queijaria e bebidas”,
Novidades
No diagnóstico de Paula Soares, CEO da Dim Rows – assessoria e comércio de produtos do ramo alimentício –, “o mercado goianiense está em expansão e as cafeterias estão trazendo novidades e misturando cafés de alta qualidade com outros sabores”. Ela acrescenta que, neste setor, bebidas como o Matchá – ou chá verde – e o café gelado, em razão do clima, são uma aposta para a capital.
Soares também destaca a inclusão de opções para o público que não consome produtos de origem animal, como o leite vegano. Os goianienses, podem esperar opções variadas, por exemplo, “um expresso tônico, que é a mistura de café com [água] tônica e o chocolate quente com café, que é sensacional”, expõe.