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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Combatente pela liberdade

Fotojornalista sul-africano, Peter Magubane, deixa um legado de coragem e documentação contra o Apartheid

Da prisão à censura, a carreira de Magubane foi marcada por desafios, refletindo sua determinação em documentar manifestações e desobedecer ordens judiciais para expor a verdade

Postado em 2 de janeiro de 2024 por Luana Avelar
Nelson Mandela ganha voz visual através das lentes corajosas de Peter Magubane

Nesta segunda-feira (1), o fotojornalista sul-africano Peter Magubane, conhecido como um dos principais críticos visuais do regime de apartheid na África do Sul, faleceu aos 91 anos, deixando um legado notável em sua trajetória de documentação e coragem.

Magubane, que foi o fotógrafo oficial de Nelson Mandela quando o líder anti-apartheid foi libertado em 1990, é lembrado por sua coragem ao retratar as injustiças do apartheid sem receios. O órgão representativo da imprensa sul-africana, SANEF, anunciou seu falecimento e destacou que Magubane partiu em paz, cercado por seus familiares.

O ministro da Cultura, Zizi Kodwa, expressou suas condolências nas redes sociais, descrevendo Magubane como um “combatente pela liberdade” e um fotógrafo sem igual. Ele ressaltou a importância de celebrar figuras como Magubane, que desempenharam um papel fundamental na luta contra o regime segregacionista.

Ao recordar os 30 anos de liberdade da África do Sul, Kodwa destacou a relevância de homenagear aqueles que lutaram contra o apartheid. Magubane enfrentou períodos de prisão ao longo de sua carreira, capturando imagens impactantes de manifestações e desobedecendo ordens judiciais que buscavam proibir seu trabalho.

Uma das fotografias mais marcantes de Magubane remonta a 1956, mostrando uma menina branca sentada em um banco reservado aos europeus, enquanto sua babá negra ocupava o banco ao lado. Essa imagem e outras capturadas ao longo de sua carreira contribuíram para evidenciar as injustiças do apartheid.

O legado do fotojornalista inclui a publicação de uma quinzena de livros, muitos dos quais foram censurados durante os anos do apartheid. Sua coragem, persistência e contribuição inestimável para a documentação histórica deixam um impacto duradouro, lembrando a todos da importância de resistir contra a opressão e lutar pela liberdade.

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