Em meio à exuberância de Goiânia, o Zoológico se destaca não apenas como um local de entretenimento, mas como um verdadeiro santuário para a preservação da vida selvagem. Sua importância transcende o simples fascínio por animais exóticos, concentrando-se na missão crucial de proteger espécies à beira da extinção.

A pelo menos um quilômetro do parque é possível ouvir a barulheira dos animais. Dos pássaros e macacos. É o caso da Arara Azul, da Arara Canindé ou da Ararinha. Por aqui, onde a reportagem do O Hoje passou um período acompanhando o trabalho dos funcionários do Zoológico, é possível encontrar dois avestruz que caminham calmamente enquanto o Cisne Negro belisca qualquer coisa. 

Logo ali, as emas e flamingos, cada qual no seu canto, parecem espreguiçar. Nada impressiona mais do que o Pavão Azul que parece não se importar com os 14 periquitos cocos que, num barulheira só, acompanham o sonido das três seriemas. Não muito longe, a anta, sonsa como apenas ela, é observada pela sombra. 

A gritaria maior vem da parte dos primatas que, em movimentos, parecem dominar o Zoológico todo. Macacos Aranhas da Cara Preta e Macacos Aranhas de Testa Branca fazem o coro perfeito do que poderia ser uma selva cercado de grade. 

O Zoológico de Goiânia desempenha um papel ativo na conservação de animais ameaçados de extinção. Através de programas de reprodução em cativeiro, especialistas têm alcançado sucesso na multiplicação de espécies que enfrentam desafios significativos em seus habitats naturais. Isso não apenas aumenta as chances de sobrevivência, mas também contribui para repovoar áreas naturais.

Além da conservação direta, o zoológico desempenha um papel vital na educação ambiental. Visitantes, especialmente crianças, têm a oportunidade de aprender sobre a importância da biodiversidade, os desafios enfrentados por animais em perigo e a responsabilidade compartilhada de preservar o meio ambiente. Essa conscientização é essencial para inspirar a próxima geração a se tornar defensora da vida selvagem.

Atualmente o Zoo conta com um plantel de 430 animais e 103 espécies. Desse total 50% e composto por aves, não só do cerrado como de todas as faunas brasileiras e de outras partes do mundo. “Hoje temos em torno de 256 aves. Dentre as espécies estão os seriformes, piscitacídios, a gente tem as fatitas, as corujas, emas, vários exemplares aqui a população conhece e aprecia”, explica a médica veterinária do zoo, Lorena Alessandra Dias de Sousa.

Todos os animais recebem alimentação diária e, segundo a veterinária, isso varia de acordo com a necessidade metabólica de cada um. “Cada animal é avaliado conforme a idade, a necessidade e o ambiente em que ele está inserido. Com essas informações calculamos uma dieta que é específica pra cada espécie. No setor de nutrição todos os dias as bandejas são feitas e distribuídas atendendo a essa exigência e necessidade metabólica”, conta Lorena.

O local também serve como um centro de pesquisa, onde cientistas podem estudar o comportamento, a reprodução e as necessidades específicas de diversas espécies. Essas informações são valiosas para programas de conservação em todo o mundo, contribuindo para estratégias mais eficazes na preservação da fauna global.

Em um mundo onde os habitats naturais estão cada vez mais ameaçados, os zoológicos oferecem ambientes controlados que podem mimetizar as condições ideais para o bem-estar e reprodução de espécies. Além disso, cuidadores e veterinários especializados asseguram o cuidado contínuo e a saúde dos animais, garantindo que vivam vidas saudáveis e, quando possível, se reproduzam em cativeiro.

Uma das curiosidades é que muitos animais se reproduzem no zoológico, como por exemplo as aves, que chocam e recebem os cuidados.  “Aqui nós trabalhamos com a parte de conservação e já tivemos muito sucesso na reprodução de aves. Realizamos um planejamento anual com esses animais e tivemos sucesso com os papagaios do norte, Ararajuba e até o Lobo Guara, espécie do cerrado”, expõe a veterinária. Na visão de Lorena cuidar da reprodução dos bichos ajuda na preservação das espécies em extinção.

O Zoológico de Goiânia estabelece uma ponte vital entre a comunidade local e a conservação global. Ao envolver os residentes nas iniciativas de preservação, cria-se um senso de responsabilidade compartilhada, promovendo uma cultura de respeito à natureza.

Em síntese, o Zoológico de Goiânia transcende a função tradicional de exibir animais. Ele se tornou um guardião ativo da vida selvagem, desempenhando um papel crucial na conservação, educação ambiental e pesquisa. Ao visitar esse espaço, os cidadãos não apenas se maravilham com a diversidade da vida, mas também contribuem para a continuidade de espécies ameaçadas, construindo um futuro mais sustentável para nosso planeta. 

Recinto de imersão proporciona uma experiência única

No coração do Zoo uma atração inovadora está transformando a maneira como os visitantes interagem com a fauna: o Recinto de Imersão. Essa experiência revolucionária vai além das grades convencionais, proporcionando aos amantes da natureza a oportunidade de mergulhar no habitat dos animais e testemunhar seu comportamento de maneira autêntica.

O Recinto de Imersão transporta os visitantes para ambientes que reproduzem fielmente os habitats naturais dos animais. De florestas tropicais a savanas africanas, a sensação é de estar diretamente inserido no mundo dessas criaturas. Essa abordagem inovadora permite uma conexão mais íntima e autêntica, proporcionando uma compreensão mais profunda sobre a vida selvagem.

Ao eliminar barreiras visuais convencionais, o recinto de imersão oferece uma visão sem precedentes do comportamento dos animais. Os visitantes podem observar interações sociais, estratégias de caça e até mesmo momentos de descanso, proporcionando uma experiência educativa e emocionante.

Apesar da imersão total, o recinto de imersão mantém um ambiente controlado para garantir o bem-estar dos animais. Sistemas modernos de climatização, alimentação balanceada e áreas de descanso são cuidadosamente projetados para atender às necessidades específicas de cada espécie.

Esse recinto também desempenha um papel crucial na educação ambiental. Guias especializados compartilham conhecimentos sobre conservação, ecologia e o papel fundamental de cada espécie no equilíbrio ecológico. Essa abordagem interativa visa inspirar ações positivas em prol da biodiversidade.