Se Rogério conquistar Caiado, Câmara deve apoiar reeleição
Ainda assim, perfeito não contaria com parlamentares de partidos de tendem a lançar candidaturas próprias
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), trabalha para viabilizar o nome à reeleição. Para isso, seria interessante contar com o apoio da maior parte dos vereadores da capital. Isto, contudo, só deve acontecer no caso dele ter o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Uma fonte com bom trânsito na Câmara Municipal revela que, pelos ânimos da Casa de Leis, essa parceria é determinante para composições.
A mesma pessoa ressalta que, mesmo com o apoio do governador, alguns parlamentares não iriam aderir. Aava Santiago (PSDB) é filiada a um partido que deve ter nome na disputa. Mesmo que não tenha, faz oposição ao prefeito.
Os vereadores do Bloco Vanguarda podem ficar de fora, também. No grupo, a exceção, caso Caiado embarque com Rogério, talvez seria Paulo Magalhães, que está filiado ao União Brasil. O colegiado é liderado por Igor Franco (Solidariedade), que tem feito oposição ao gestor. Gabriela Rodart (Solidariedade) também já deixou claro ao Jornal O Hoje que não seria da base de Rogério – é preciso citar, o Solidariedade está com o prefeito, com o presidente Denes Pereira ocupando um cargo no primeiro escalão da prefeitura.
Lucas Kitão (PSD) também é do bloco. Além de fazer oposição, ele deve apoiar a pré-candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD). É o mesmo caso Lucíula do Recanto (PSD). O PT, da vereadora Kátia Maria (PT), também tem pré-candidata: a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT). Há, ainda, o MDB, que é um caso a parte.
Vice-governador, Daniel Vilela é presidente estadual da legenda. O emedebista pode barrar o apoio dos vereadores do partido a Rogério mesmo que Caiado caminhe com o atual prefeito.
Daniel desembarcou nos primeiros meses da gestão Rogério porque o prefeito fez mudanças nas indicações do grupo de Vilela dentro da prefeitura. Os emedebistas alegavam que Cruz foi desleal ao descumprir o acordo feito com o partido, que venceu a eleição em Goiânia com Maguito Vilela – que faleceu em janeiro de 2021.
Por outro lado, há fontes palacianas que garantem que, mesmo “torcendo o nariz”, Daniel seguiria o governador Ronaldo Caiado em qualquer circunstância. Nesse cenário, ele liberaria o apoio do MDB a Rogério.
Entrevista
No fim do ano passado, Cruz afirmou que continuará trabalhando para garantir o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), figura que, para ele, tende a ser crucial para a disputa do ano que vem. “Todo mundo quer ter a mão do governador abençoando. Eu também quero. Lá atrás, apoiei o governador [em seu projeto de reeleição], fui contra o meu próprio partido. Com o nosso apoio, o governador venceu em primeiro turno”, rememorou.
E continuou: “Ele me disse que se eu me viabilizasse, o que entendo perfeitamente, caminharemos juntos. Então vamos fazer uma análise, vamos fazer estudos. Posso estar com a máquina na mão, mas se não tiver viabilidade para isso, vou fazer campanha para que? Para me desgastar? Se não tiver viabilidade vou ‘tirar o pé’. Mas se tiver, vamos em frente. O governador tem, hoje, mais de 80% de aprovação. Ele vai colocar a mão em qualquer um? Não vai. Ele está corretíssimo”.
Trunfo
O apoio de Caiado não é fácil. Cruz, contudo, tem um trunfo. A lealdade. Enquanto o partido Republicanos caminhava com a candidatura de Gustavo Mendanha, que concorreu ao governo pelo Patriota – e que está prestes a voltar para o MDB do vice-governador Daniel Vilela – Cruz decidiu apoiar Caiado.