Balanço ambiental 2023: Amazônia celebra, Cerrado desperta alerta
Contrastes marcantes nos alertas de desmatamento durante o primeiro ano do governo Lula
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um quadro de contrastes marcantes. No primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil testemunhou uma queda significativa de 50% nos alertas de desmatamento na Amazônia em comparação com o último ano do mandato de Jair Bolsonaro. Essa redução, medida pelo sistema Deter, indica uma área de 5.141 km² sob alerta em 2023, sinalizando um impacto positivo das políticas ambientais adotadas.
Contudo, enquanto a Amazônia celebra essa diminuição nas perdas florestais, o Cerrado, ecossistema crucial para a biodiversidade e fornecedor de água para diversas regiões do Brasil, enfrenta um aumento consistente nos alertas de desmatamento.
Os dados revelam uma elevação de 43%, resultando em 7.828 km² em áreas de alerta em 2023. Esse cenário alerta para a necessidade de abordagens específicas na preservação do Cerrado, especialmente diante do avanço do agronegócio.
Vale ressaltar que os números apresentados pelo sistema Deter referem-se aos alertas de desmatamento, e a taxa oficial de desmatamento é calculada por outro sistema do Inpe, o Prodes. Esta divulgação de dados destaca a importância da fiscalização presencial ou remota para conter práticas prejudiciais ao meio ambiente.
Ao analisar os alertas por estado, observa-se que o Pará lidera na Amazônia, representando 37% do total de áreas sob alerta, seguido pelo Mato Grosso com 27%. No Cerrado, o Maranhão assume a dianteira, com 23% da área sob alerta, seguido de perto por Bahia (22%) e Tocantins (20%).