Legião da Boa Vontade faz entrega de kits pedagógicos
Campanha pretende superar obstáculos no caminho da educação em comunidades vulneráveis
A educação assume o papel de guia para as futuras gerações, e a Legião da Boa Vontade (LBV) se destaca como promotora do conhecimento, tornando o ato de educar uma expressão genuína de comprometimento. A campanha “LBV — Educação: Futuro no Presente!” emerge como um ponto focal, distribuindo kits pedagógicos por todo o Brasil, superando obstáculos e impactando comunidades em situações vulneráveis.
No Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Goiânia, a solidariedade se materializa, tornando a rua Jamil Abraão, 645, no Setor Rodoviário, um local de convergência, onde doações se transformam em ações concretas.
Essa iniciativa visa beneficiar adolescentes e jovens que frequentam serviços e programas socioeducacionais da LBV, bem como o público dessa faixa etária apoiado por entidades parceiras em todo o país.
Em entrevista, Egeziel Carlos Jesus de Castro, com 30 anos e atuando como Relacionamento Institucional da LBV, traz sua perspectiva sobre o impacto do projeto.
Ao abordar a história da LBV no Brasil, Egeziel revela que a instituição foi fundada em 1950, no Dia da Paz e da Confraternização Universal, por Alziro Zarur, um renomado radialista, jornalista, escritor e poeta (1914-1979).
O atual presidente, José de Paiva Netto, destaca-se como jornalista, escritor, compositor e educador. A LBV, sendo uma associação civil de direito privado sem fins econômicos, concentra suas atividades na Assistência Social, oferecendo não apenas Educação Básica e técnica profissionalizante, mas também promovendo ações humanitárias, culturais e de comunicação social e educativa. A instituição estende sua atuação a todas as regiões do país, visando auxiliar pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social, integrando valores espirituais ecumênicos ao suporte material.
Os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2022 são reveladores, apontando que 1,04 milhão de estudantes de 4 a 17 anos estavam fora da escola. A exclusão escolar se manifesta de forma preocupante, principalmente entre crianças de 4 anos (399.290) e adolescentes de 14 a 16 anos (250.497).
A exclusão escolar é influenciada por marcadores sociais, sendo a pobreza um dos principais obstáculos. A pesquisa do Unicef sobre As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil, divulgada em fevereiro de 2023, revela que, em 2019, cerca de 32 milhões de crianças (63% do total) enfrentavam a pobreza em diversas dimensões, incluindo renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação.
Egeziel também enfatizou a luta contra a evasão escolar: “O objetivo maior da LBV é garantir que essas crianças tenham as condições mínimas e básicas para continuar no ano letivo sem interrupções. Muitas famílias enfrentam a realidade de crianças deixando a escola por falta de material. Isso é algo muito difícil de enfrentar.”
Além dos desafios da exclusão escolar, o Brasil enfrenta a persistência do trabalho infantil. Em 2022, 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam envolvidos nessa realidade, representando 4,9% da população nessa faixa etária. Este número, que havia diminuído desde 2016, teve um aumento preocupante em 2022.
Na edição de 2024 da campanha, as arrecadações tiveram início no primeiro dia do ano, uma data simbólica que coincide com a fundação da LBV no Brasil.
Questionado sobre os critérios de seleção, Castro enfatiza a abordagem abrangente da LBV: “A triagem é realizada pela assistência social, em conjunto com a equipe de referência da LBV, incluindo a família, não se limitando apenas à criança. Nosso trabalho abrange todas as áreas familiares, levando em consideração fatores como quantidade de crianças na casa, situação de vulnerabilidade e local de residência.”
Destacando a amplitude da iniciativa, ele revela que a campanha ocorre em todo o Brasil, englobando as 84 unidades da LBV. “Esperamos beneficiar mais de 20 mil crianças e estudantes, sendo nossa meta ambiciosa, considerando os desafios financeiros associados aos custos dos kits e materiais escolares.”
Ao abordar a situação específica em Goiás, Castro demonstra otimismo: “Mais de mil crianças serão beneficiadas, e nossa meta é entregar mais de 700 kits até março. Contamos com a generosidade das pessoas para superar essa meta e garantir que as crianças em situação de risco recebam o apoio necessário.”
Sobre a finalização da montagem dos kits e entregas até o final de março, Egeziel conta sobre a diversidade de formas como as pessoas podem contribuir: “Além dos kits, as pessoas podem doar dinheiro e oferecer seu tempo como voluntários, se cadastrando facilmente através do site da LBV, que é www.lbv.org.br, na barra ‘Voluntário’. Isso não só é legal, mas também faz toda a diferença.”
Egeziel ressaltou a mobilização da LBV e dos voluntários para evitar que as crianças enfrentem tais dificuldades: “A instituição se mobiliza para garantir que essas crianças não passem por dramas, e é gratificante poder proporcionar alegria a elas com materiais, kits e um ambiente propício ao estudo.”
Ao liderar a campanha, a organização não apenas fornece recursos educativos, mas também lança um apelo à sociedade para se unir na luta pela inclusão escolar e contra o trabalho infantil, construindo um futuro mais promissor para as crianças e jovens do Brasil.
Em Goiânia, as doações podem ser feitas pessoalmente no Centro Comunitário de Assistência Social da LBV ou online pelo site www.lbv.org ou através do PIX solidário: [email protected].