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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Talento goiano

Música, poesia e acessibilidade

Artista goiano, Felipe Cavalcanti, produz obras que proporcionam o ver, o ouvir e o sentir para uma imersão completa que promove não apenas a inclusão, mas também um novo olhar sobre como vivenciar a arte brasileira

Postado em 8 de janeiro de 2024 por Leticia Marielle
Música

Uma exploração inovadora, combinando ousadia, vanguardismo e sentimento em cada pincelada. Com uma perspectiva profunda e um olhar crítico, o artista Felipe Cavalcanti flui através de suas criações. Em meio a sua galeria farta, ele desafia e inspira quem se propõe a mergulhar em seu universo. 

Felipe é um dos grandes nomes da nova geração de artistas plásticos que transcenderam suas obras e também as fronteiras do Estado, de muito talento e qualidade técnica que seguem encantando mundo afora. A sua arte vem por dom e hereditariedade, já que é filho do renomado artista plástico M Cavalcanti e da prestigiada arquiteta Edmara Cavalcante. Hoje, além de peças que saem do óbvio, ele cria arte lançando mão da inspiração pela música e poesia. 

Em sua nova fase, Felipe segue em uma trajetória aspiracional adicionando à suas peças tecnologia e uma síntese de experiências, emoções e observações do mundo ao seu redor. Além das sensações visuais ao adquirir uma obra, o proprietário tem a oportunidade de sentir a mesma inspiração que Felipe, já que entre os traços está um QR Code que leva a pessoa diretamente ao link para ouvir uma música ou poema, como em sua última tela, ‘Sound of Silence’, no qual é possível também ouvir a música homônima gravada por Simon & Garfunkel. “E a intenção é essa, para ver e ouvir. Que a obra de arte seja feita para contemplar todos os sentidos, nesse caso, explorando principalmente a visão e a audição”, reflete o artista.

Além da aplicação da música ao trabalho, o artista também traz em suas novas peças um presente para pessoas com deficiência visual:  uma tarja em braile descrevendo o que reflete o seu sentimento da obra. “Nesse texto curto trago um pouco sobre o que eu quis dizer com essa obra, por que usei tal referência, cor. Entendo que a arte é algo de compreensão única e pessoal, porém com tal iniciativa a pessoa mesmo sem conseguir enxergar a peça poderá imaginar como foi aquela produção e daí criar novos sentidos e formas criativas a partir da minha narrativa, e por tanto vivenciar a obra”, reflete.

Para ele, esta é uma oportunidade de participar de uma conversa global sobre a complexidade do mundo e da vida. “Busco responder questionamentos de como seria se tivéssemos a possibilidade de usar lentes capazes de trazer à realidade, a verdadeira tônica das relações humanas. Ou de como seria poder enxergar um pensamento. Qual a paleta de cores sugerida? E quanto a forma?”, explica.

Através da figura humana, indefinidas por pinceladas que desafiam o cartesianismo, Felipe Cavalcanti cria personagens sejam eles protagonistas ou coadjuvantes, revelando elementos faciais em movimento que geram múltiplas narrativas. Seja através de olhos em número ímpar, bocas em inúmeras posições, corações, quase sempre, compartilhados que expressam emoções e sua reconhecida intangibilidade, ou orelhas que ouvem e, principalmente, auscultam todos ao redor, com tinta, transformando cada obra em uma exploração única. 

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