Jataí: vazio da oposição garante tranquilidade à reeleição de Machado
De olho no sexto mandato, Machado não tem se preocupado com nenhuma surpresa
Se o MDB tem um orgulho dos grandes, o nome é Humberto Machado. O político, que é prefeito de Jataí, tem deixado, por onde passa, o rastro de uma certeza: não tem quem possa vencê-lo em outubro. Vale lembrar: Humberto Machado, se vencer, vai para o sexto mandato. Foi eleito prefeito nos seguintes anos: 1997, 2001, 2009, 2013 e 2021. É um vencedor imbatível, como se vê.
O consenso de que Machado é um típico político que aglutina mais do que espalha (apoio) há décadas. Por isso não impressiona que ele deve, sim, chegar ao quarto mandato. Em 2020, embora o prefeito de oposição, que havia sido eleito em 2016 – Vinícius Luz, do PSDB – tivesse apoio de gente graúda, até do próprio MDB, venceu a invencível decisão de Humberto Machado de concorrer em 2020. Ele, claro, foi eleito.
Alvo de um processo de impeachment, o prefeito tucano, ao desistir da reeleição, divulgou um vídeo. “Fizemos o melhor para que Jataí não sentisse os efeitos das crises que passamos no país, desde o impeachment, crise econômica, greve dos caminhoneiros e até mesmo uma pandemia. Todo esse trabalho trouxe um grande desgaste à minha saúde, trazendo prejuízos pessoais que acreditei em primeiro momento que seria possível seguir. O que não foi”, disse ele, emocionado.
Um repórter do jornal O Hoje esteve nas últimas semanas em Jataí. “Por lá quem gosta ou não do prefeito acredita que ele vai ser reeleito”, comentou. E é verdade. Nem mesmo antigos opositores acreditam que Machado vai recuar um milímetro de sua popularidade. Embora não tenha o “amor” necessário para ter uma “bela” popularidade, o prefeito, na verdade, tem foto.
Algo, no entanto, é inegável: mesmo sem o “consenso” popular, o prefeito tem dois aliados de matar de inveja qualquer opositor: todo o staff do Palácio das Esmeraldas. Sim, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e, claro, o vice-governador Daniel Vilela que é, inclusive, presidente do MDB estadual. E vem de Humberto Machado o grande entusiasmo para Caiado concorrer ao Palácio do Planalto.
Em março do ano passado, o prefeito fez uma brincadeira ao lado do governador, mirando um dos projetos mais ambiciosos das últimas décadas de um chefe de executivo goiano: a candidatura à Presidência da República. Humberto, como lembraria depois, o vice-governador e presidente do MDB, Daniel Vilela, de que Caiado deixaria “o palácio que Pedro Ludovico construiu [das Esmeraldas e] se mudar para o palácio que Juscelino Kubitschek construiu [do Planalto]”.
Machado, com isso, se torna, além de entusiasta – de respeito, por sinal, é um dos mais tradicionais expoentes do MDB de Goiás – capaz de, quiçá, contribuir com eventual governo de Ronaldo Caiado em Brasília.
De qualquer forma, aparecem algumas expectativas para, pelo menos, falar a verdade na cara do prefeito na corrida municipal. Tratam-se de nomes já conhecidos pelo eleitorado local, mas que não carregam a força do emedebista, como Flaviane Scopel (Republicanos)e Luciano Lima (PP). Bom ressaltar que Scopel ficou em segundo lugar na última disputa. É uma aguerrida e atilada advogada da região.