Conversa com Kassab pode definir rumo de Vanderlan em 2024
Possível aliança entre senador e a deputada federal Adriana Accorsi (PT) tem gerado divisões internas no PSD
Nos bastidores da política goiana, comenta-se que o senador Vanderlan Cardoso (PSD) está prestes a se reunir com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Este encontro acontece em um momento em que Vanderlan não só lidera o partido no estado, mas também é considerado o principal candidato para a corrida eleitoral rumo à prefeitura de Goiânia este ano.
Vanderlan, indiscutivelmente, tem grandes ambições. Desde que deixou a prefeitura de Senador Canedo, o político buscou por duas vezes a posição mais cobiçada da política goianiense, porém não obteve sucesso — bateu na trave — em ambas as eleições. Na primeira vez, chegou ao segundo turno contra o ex-governador e figura proeminente da política goiana, Iris Rezende. Depois, enfrentou Maguito Vilela em outra disputa de segundo turno e também saiu derrotado.
Nos bastidores, a leitura é que o político está vivendo o seu melhor momento. Pesquisas internas indicam que o senador está à frente entre os possíveis candidatos para a disputa. No entanto, um estreitamento dos laços entre Vanderlan e a ‘turma do PT’ abriu a possibilidade de um novo rumo para a disputa de 2024, tendo como pano de fundo as eleições de 2026.
Alguns dos principais atores do cenário político goiano já consideram a possibilidade de uma aliança entre o senador e a deputada federal Adriana Accorsi (PT). Ela não só é pré-candidata à prefeitura, mas também está entre os principais nomes na corrida deste ano. Recentemente, o jornal O Hoje revelou que ela é vista pelo núcleo duro de Vanderlan Cardoso como a candidata com maior potencial de crescimento até outubro; eles têm certeza de que Adriana estará no segundo turno.
Com isso, começou a ser ventilada a possibilidade de Vanderlan negociar sua retirada da disputa com os membros do PT. A moeda de troca pelo seu recuo e apoio ao projeto de Adriana seria o suporte do partido esquerdista em 2026, quando Vanderlan possivelmente concorrerá ao governo goiano.
E é justamente isso que as fontes consultadas pelo O Hoje afirmam que Vanderlan deverá discutir com Kassab. Apesar da tentação dessa costura política, as informações indicam que o presidente nacional tem dado sinais de que quer Vanderlan na disputa. “Vanderlan é o favorito. As pesquisas mostram isso. É a chance do PSD ampliar ainda mais o número de prefeituras”, disse um interlocutor.
É importante ressaltar que o partido recentemente se tornou a sigla com o maior número de prefeitos em diversas cidades. O grupo alcançou a marca de 329 prefeitos filiados apenas no Estado de São Paulo, representando 51% do total. Essa ascensão tem incomodado outras legendas que compõem a base política, devido à investida da sigla sobre prefeitos do interior.
Além disso, Kassab, como presidente do PSD, assumirá um papel de destaque na articulação política este ano. O partido tem ganhado cada vez mais força e influência, gerando repercussões no cenário político. Kassab compreende melhor do que ninguém a importância de dar peso equivalente à legenda em Goiás, estado onde o PSD não desfruta do mesmo prestígio como em São Paulo.
Ao contrário disso, o PSD de Vanderlan perdeu sua principal prefeitura no estado com a filiação de Fernando Pellozo, prefeito de Senador Canedo, ao União Brasil, partido comandado no Estado pelo governador Ronaldo Caiado.
Quanto ao nome da deputada federal Adriana Accorsi, ela confirmou em entrevista ao jornal O Hoje que mantém diálogo com o PSD. “Ainda é cedo para falar sobre uma aliança”, pondera a parlamentar sobre a possibilidade de formar uma chapa com Vanderlan. “Mas tenho mantido diálogo com ele também no Congresso Nacional.”
Até agora, poucos nomes estão definidos como pré-candidatos à Prefeitura da Capital; Accorsi também garante que a campanha do PT em Goiânia adotará o lema da “frente ampla”, seguindo os passos dados pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto em 2022. Isso inclui a aglutinação de diversos segmentos políticos e econômicos para fortalecer a candidatura da petista, aos moldes do que fez Lula em relação a Jair Bolsonaro.